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6 EM CADA 10 BRASILEIROS USA INTERNET SÓ PELO CELULAR

O tempo de acessar a internet pelo computador, como no início da internet, passou: o principal meio de acesso à internet no Brasil é o celular, utilizado por 99% dos usuários do país. Depois dele, vem a televisão e só então, em terceiro lugar, os computadores, opção de 38% dos brasileiros. Seis em cada dez (62%) utilizam somente o celular para navegar na internet.

São algumas das conclusões da pesquisa “Tic Domicílios 2022”, conduzida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Pela primeira vez, o levantamento apurou habilidades digitais dos brasileiros, isto é, como lidam com o conteúdo que acessam e as medidas de segurança que adotam, por exemplo. O estudo descobriu que quem acessa a rede somente pelo celular está mais vulnerável: 37% deles já checaram se alguma informação que encontraram na internet era verdadeira. A média geral é de 51% e, entre aqueles que se conectam tanto pelo celular quanto pelo computador, sobe para 74%.

“Os dados indicam que aqueles que acessam a rede pelo computador reportam essas habilidades em maiores proporções do que os que utilizam unicamente o celular. Uma conectividade significativa — que permita que os usuários obtenham um melhor proveito da Internet — não depende apenas de uma boa conexão à rede, mas também da qualidade dos dispositivos”, destaca o gerente do Cetic.br|NIC.br, Alexandre Barbosa.

A situação dos usuários exclusivamente de celular também é mais precária em relação à segurança. Entre eles, 33% adotam medidas como senhas fortes ou verificação em duas etapas para proteger os dispositivos. O total sobe para 69% quando se considera o grupo que utiliza múltiplos aplicativos.

Brasil tem 149 milhões de usuários de internet

O Brasil tem 149 milhões de usuários de internet e 142 milhões acessam a rede diariamente. O percentual é maior nas classes A (93%) e B (91%) e cai nas classes C (81%) e DE (60%). Do outro lado, 36 milhões de brasileiros não têm qualquer acesso à internet — predominantemente, pessoas com grau de instrução até o ensino fundamental, pretos e pardos, pessoas das classes DE e com 60 anos ou mais nas áreas urbanas.

Os motivos para a falta de acesso mais citados foram falta de interesse (35%), especialmente pela classe A, e falta de habilidade (26%). “A pesquisa aponta que houve um avanço relevante no uso da rede no primeiro ano da pandemia Covid-19, mas o indicador voltou a se estabilizar em 2022. O Brasil ainda tem um caminho importante a percorrer na universalização do acesso, adotando estratégias específicas para a inclusão digital das populações mais vulneráveis”, avalia Barbosa.

Quatro em cada dez usuários postam seu próprio conteúdo

O brasileiro não está somente consumindo conteúdo, mas produzindo seus próprios textos, imagens e vídeos. Entre 2021 e 2022, o total de usuários da internet que postaram algum material na rede subiu de 31% para 43%. “Assistimos, em 2022, a uma explosão de postagens curtas e rápidas, facilitadas por aplicativos de redes sociais e mensagens instantâneas e estimuladas pela retomada das atividades presenciais”, analisa o coordenador da pesquisa, Fabio Storino.

Em 2022, também passou da metade (51%) o número de brasileiros que realizaram consultas, pagamentos e outras transações financeiras pela internet. Esse uso ainda é mais frequente nas classes A e B, mas teve um salto significativo nas classes mais baixas: passou de 45% para 51% na classe C e de 21% para 26% nas classes DE.