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HOMENAGEM A D. GILDA BENTO DE MELO

Um coração para amar, para perdoar e sentir, para chorar e sorrir…

Queridos irmãos e irmãs, Maria do Carmo e familiares…

Vivendo as alegrias do tempo pascal, hoje somos convidados a experimentar em nossa vida a alegria da Ressurreição. Alegria pela qual, nossa amada irmã Gilda anunciou durante toda a sua vida. Eu era ainda uma pequena criança, quando no ano de 2004 meus pais se casaram na ainda Capela Sagrada Família, e lá estavam duas senhoras de sorriso doce, olhar atento e coração generoso, estas duas eram as irmãs Gilda e Maria, as bentinhas.

O tempo passou, eu me senti atraído ao chamado do Senhor para ser padre. A alegria em meu jovem coração, tornou-se também a alegria destas duas irmãs. E pouco a pouco sonhamos juntos. Em cada encontro, a vida nos brindou com história dos idos tempos de construção da capela Sagrada Família, dos trabalhos na roça e também na tecelagem, nos causos, contos e recontos que agora se tornam saudade.

Nós vivemos juntos, grandes experiências de fé, como por exemplo as procissões da penitência às 05:30 da manhã, as novenas da Paróquia, as celebrações da Palavra e tantos outros momentos. Hoje, desejo descrever você a partir da canção do Padre Zezinho: “Um coração para amar”.

Gilda, seu coração fora todo inteiro ao amor, primeiro a sua família, sobretudo a sua irmã Maria do Carmo, depois a Igreja a quem você serviu com coragem, ousadia, generosidade e criatividade evangélica. O saudoso Pe. Mário a fez ministra da Eucaristia e juntamente com sua irmã, confiou os cuidados da recém-criada Capela da Sagrada Família a vocês. O medo nunca foi uma palavra que a intimidou afinal, na transição de Capela para Paróquia, você perseverou ante ao novo e continuou a servir. Quando Pe. Renato chegou, as bentas estavam firmes lá, sendo presença histórica em nossa comunidade. Isso é FÉ, isso é AMOR, que supera qualquer coisa. E agora, sobre seus restos mortais, está o blazer surrado, mas gasto de amor a Igreja e aos irmãos!

Minha amada irmã, sua vida fora toda inclinada ao perdão e ao sentir. No ano de 2015, escalados estávamos eu, você, Dita, Maria e Dora para organizar o mutirão de confissões que aconteceria em nossa Paróquia, por ocasião da Semana Santa que se aproximava. Ao perguntar se você já havia confessado, com um sorriso generoso e terno me disse: Eu jamais me afasto do amor e do perdão de Deus, já me confessei, estou pronta para a Semana Santa.

Ao falar sobre o sentir, suas mãos mesmo que trêmulas muitas vezes em um abraço enxugaram minhas lágrimas, acariciaram meus cabelos e fizeram com que através de sua presença eu pudesse sentir o amor maior de Deus por mim.

Desta maneira, hora choramos, hora sorrimos… vibramos com as alegrias, choramos nas tristezas, e hoje nossa tristeza é um misto de eterna saudade, mas de muita gratidão pelo seu testemunho. Na história de minha vida e também de nossa paróquia seu nome estará gravado para sempre, entre aquelas pessoas que mais souberam amar, servir, consolar, perdoar e doar-se.

Gilda, antes de sua partida, consegui falar contigo por um áudio enviado a Rosangela, e agora reafirmo publicamente o que te disse: “Você será eternamente o meu amor! ”, um amor de amigos, irmãos, de mãe e filho, avó e neto. Que você agora do céu, intercedo por mim, pela minha vocação e para que eu possa ser sempre fiel ao Bom Deus.

Por fim, ao adentrar nos céus, junto aos eleitos, celebre com alegria junto a Jesus Eucarístico a beleza de nossa fé. Dê um abraço caloroso no querido Pe. Mário, na Naninha, na Tia Tonha, e tantos outros que agora assomam-se a ti no banco dos eleitos do Senhor. A saudade será grande, mas a fé nos cumula da presença de um Deus amigo, um Deus irmão, que caminha ao nosso lado, ombro a ombro e não nos desampara jamais!

Te amarei para sempre!

Descanse em paz, serva boa e fiel!

O céu é todo seu, em breve nos encontraremos!

João Antônio Rocha Marques
Pouso Alegre, 29 de abril de 2022_ Memória Litúrgica de Santa Catarina de Sena