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HOJE É O DIA MUNICIPAL DA TECELAGEM

Carmo do Rio Claro vive nesta sexta-feira (21), o Dia Municipal da Tecelagem. Uma homenagem aos que trabalham e vivem desta prática. A data foi instituída pelo saudoso ex prefeito Angelo Leite Pereira que também colocou o dia 05 de novembro, aniversário da cidade, como o dia municipal do doce.

A tradição do artesanato em Carmo do Rio Claro teve origem na segunda metade do século XVIII, com os escravos, que plantavam e colhiam o algodão com a finalidade de usar os fios para tecer. O tear era uma peça comum a quase todas as casas da época. Não só os escravos teciam, a tecelagem era praticada por todos da família, era uma prática familiar e doméstica

O tear desde os tempos mais remotos foi usado para a fabricação de tecidos com os quais se faziam roupas de cama, mesa e vestuário. Os fios eram extraídos do algodão ou do carneiro. Depois, o processo de lavar, cardar, fiar e tecer. Existia como também hoje o processo da tintura usando-se raízes, cascas ou folhas de ipê, coqueiro, argila, pau-brasil, quaresminha, etc.

A tecelagem sempre foi uma das atividades predominantes tanto na cidade como nas fazendas, desde o tempo da escravidão. Em nossa cidade, temos hoje colchas, toalhas tecidas há mais de 100 anos e do mais apurado capricho e amor pela arte de tecer. As toalhas para lavabo de Carmo do Rio Claro têm tradição que remonta a época da escravatura. Quando bordadas à mão, uma por uma, em ponto de cruz, e suas franjas amarradas fio por fio em abrólio tornam as toalhas exclusivas e sem similar em todo o Brasil. Esta tradição artesanal é hoje desenvolvida por quase toda a comunidade de Carmo do Rio Claro nos seus mais diversos níveis sociais.

FEIRA DO ARTESANATO 

Promovida pela Associação dos Artesãos, a feira do artesanato começou no ano de 1968 quando nasceu a idéia de se criar a Feira de Trabalhos e Artesanato com o objetivo de incentivar e divulgar o artesanato local.

Em julho daquele ano, aconteceu a “I Feira de Trabalhos” e a preocupação maior foi mostrar os trabalhos mais bonitos, mais ricos, as maiores habilidades manuais.

Por essa época quase não se teciam as hoje famosas “toalhas de lavabo”, as que apareciam eram tecidas em fio de algodão que era preparado pelas próprias fiandeiras.

A comercialização maior, na época, eram os doces em compota, cristalizados, picles, mantas e cortes da pura lã de carneiro, bordados em linho, enxovais para recém-nascidos…

Em 1971, realizou-se a “II Feira de Trabalhos”, a partir daí a Feira começou a ser realizada anualmente, em julho, e a renda em benefício da educação, aquisição de livros para os alunos.
Incentivou-se, assim, o trabalho em equipe, a cooperação, o aumento da renda familiar, projeção de “artistas”, artesãos que chegaram a representar Carmo do Rio Claro, em São Paulo, no SESC, em 1976, na “I  Feira da Cultura Popular Brasileira”.

E o Carmo que já era conhecido como a “cidade dos doces”, passou a ser conhecido também pelos trabalhos em tecelagem…A Casa do Artesão foi inaugurada em 05 de novembro de 1993, como parte dos festejos em comemoração ao aniversário da cidade.