MULHER TEM PREJUÍZO DE R$ 100 MIL COM SUPOSTO NAMORADO VIRTUAL
Uma mulher de Lambari teve um prejuízo de R$ 100 mil após cair em um golpe aplicado por um falso namorado virtual. A troca de mensagens entre o falso namorado e a vítima durou oito meses. A mulher só suspeitou de golpe depois de um convite para investimentos financeiros.
Um casal, suspeito pelo crime, chegou a ser preso, mas teve a prisão relaxada. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a dupla, suspeita de estelionato sentimental.
A vítima disse que começou a falar com o suposto homem que posteriormente se tornou namorado virtual dela, por conta de uma amiga. A mulher falou que trocou um cheque para a amiga e o cheque voltou. Com isso, passou a falar com o filho do dono do cheque, que, depois, acabou se tornando namorado virtual dela.
“Por que eu estava acreditando? Porque a minha amiga falava que conhecia ele, conhecia o pai dele, e que os tios dela estavam lá com ele”, contou ela, que preferiu não se identificar.
O suposto namorado se apresentava como policial federal e, por isso, dizia que não tinha redes sociais.
A vítima suspeitou após o convite para investimentos financeiros chegar por email. Um contrato de banco digital falsificou o contrato de um banco digital.
Um casal é suspeito de aplicar o golpe. A dupla chegou a ser presa, mas teve a prisão relaxada e, no momento, responde ao crime em liberdade.
Estelionato sentimental
Este tipo de crime é classificado como um tipo de violência. Ele acontece quando uma relação de confiança vira uma armadilha. Bens ou dinheiro são trocados por um sentimento.
O reconhecimento desta situação é difícil e os danos emocionais e financeiros são graves para as vítimas.
“É uma situação extremamente difícil, inclusive de ser provada também. A vítima tem a dependência, relacionamento. A troca de mensagens, por diversas vezes, não são registradas”, explicou a advogada criminalista Pâmela Mendes.
Deputados federais e senadores já estudam a possibilidade de colocar o estelionato sentimental como um agravante dentro do artigo 171 do código penal.
“O artigo 171 é para outros tipos, outas artimanhas, como a pessoa que efetua uma compra e dá como forma de pagamento vários cheques, já sabendo que ela não vai ter provisão de fundos para arcar com o pagamento. Isso seria o artigo 171 comum. Esse projeto de lei é para aquele estelionatário que vai utilizar de artimanhas amorosas para ganhar benefícios patrimoniais em desfavor daquela vítima”, completou a advogada.
O que dizem as defesas
O advogado da vítima disse que já pediu, no processo, que ela seja ressarcida pelos prejuízos, não só financeiros, mas também psicológicos e emocionais.
A defesa dos suspeitos informou que os fatos ainda estão em apuração e que se trata de um caso isolado na vida da cliente. Disse ainda que o marido dela, que também foi preso, não tinha conhecimento da história.