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POLÍCIA APURA MORTE DE PEIXES NO LAGO DE FURNAS

A Polícia Militar de Meio Ambiente está apurando a morte de peixes no Lago de Furnas, em Alfenas (MG). Segundo a denúncia feita por moradores, a suspeita é que a represa esteja recebendo esgoto de uma estação da Copasa.

Nesta semana, uma equipe da Polícia Militar de Meio Ambiente esteve onde os peixes foram encontrados mortos. De acordo com uma nota enviada pela PM para a EPTV, afiliada Globo, o local onde os peixes foram encontrados mortos aconteceu perto de onde acontece o lançamento de água da Copasa.

“Se esse esgoto é 100% tratado, qual é o motivo de ter sido instalado uma tubulação da ETE até a frente do náutico para desaguar esse esgoto? Porque se este esgoto é de fato 100% tratado, ele poderia ser desaguado normalmente no fundo da própria unidade de tratamento. Se é um esgoto 100% tratado não teria problema nenhum”, questionou Claudiomir Jacinto, presidente da Associação de Pesca Esportiva de Alfenas.

A PM de Meio Ambiente informou que serão feitas análises da qualidade da água para identificar se a contaminação aconteceu por conta do descarte incorreto de esgoto ou a pulverização de agrotóxicos em uma lavoura perto do local.

“O que ta acontecendo? É agrotóxico? É esgoto? O volume do lago ta cheio, a gente agradece, mas o lago ficou muito tempo com um volume baixo. Naturalmente cresceu capim nesse fundo desse lago. Baixar o lago agora pode ter ocorrido, pode. Não posso afirmar, mas eu acho que o desafio nosso aqui hoje, vendo a mortandade, é refletir o que está ocorrendo e fiscalizar. Os grandes loteamentos que estão na região estão todos com esgoto com captação e tratamento de esgoto? A gente sabe que em alguns lugares ainda existe descarga de esgoto in natura sem tratamento pela Copasa. Então é a atenção dos órgãos locais e estaduais para que não ocorra”, afirmou o ambientalista, Guilherme Abraão.

Outra preocupação é com relação às famílias e crianças nadando no local.

“Peixe é pra nadar e viver bem. Quando o pescado, quando o peixe morre, é porque algo está errado. Agora as pessoas estão nadando em um reservatório artificial. É natural que haja um acúmulo de sedimentos de todas as categorias. Não dá pra alarmar, colocar em risco a população, mas é para se ter atenção. É um elemento indicador, porque se está tendo morte é porque alguma coisa está acontecendo”, explicou o ambientalista.

Outras denúncias contra a Copasa

Esta não é a primeira vez que a conduta ambiental da Copasa com o Lago de Furnas é questionada. Desde 2012 há denúncias semelhantes.

Algumas delas viraram inquérito do Ministério Público. Entre 2013 e 2016, a promotoria investigou a responsabilidade da companhia em um possível caso de derramamento de esgoto na represa.

Em 2022, 120 toneladas de peixes mortos foram encontradas em um reservatório. Naquela época, a Polícia Militar Ambiental registrou a ocorrência e piscicultores contrataram um laboratório para analisar a água.

Por meio de nota, a Copasa informou que o esgoto não é descartado no local. Isto porque ele passa pela Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Alfenas e só é lançado em Furnas depois de ser tratado. A companhia ainda esclareceu que vai colaborar com as investigações feitas pelos órgãos competentes.