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MORTE DE MULHER EM HOSPITAL É INVESTIGADA

A Polícia Civil apura a morte de uma mulher que foi atendida no Hospital Bom Pastor, em Varginha (MG). A família suspeita que possa ter ocorrido negligência por parte da equipe médica durante o tratamento da paciente.

“Ela me informou que a minha mãe tomou só dois litros de soro e pediu um remédio. Quando ela foi buscar o remédio a minha mãe teve um infarto e ela não foi medicada. Quando eu peguei o prontuário, estava lá escrito que minha mãe foi medicada com 40 gotas de paracetamol, mais um diazepan de 5 miligramas. Vendo o laudo inteiro, que a saturação estava baixa, não foi colocado oxigênio, a pressão estava muito baixa e dar um calmante, eu queria conversar com ela para ver qual o sentido de acalmar a minha mãe, se ela não estava falando, se ela estava fraca, eu fui lá tirar uma satisfação com ela”, disse a filha de Diceia, Daiana da Silva Piccolli.

Diceia foi levada para o Hospital Bom Pastor pelo marido no dia 21 de março por suspeita de dengue. Conforme a família, ela apresentava sintomas há quatro dias. A paciente morreu no mesmo dia em que deu entrada na unidade de saúde.

Segundo o atestado de óbito, a mulher morreu por choque cardiogênico, infarto agudo ou miocárdio, dengue, hipertensão e diabetes.

“Eu deixei a minha mãe lá, deitada na maca e voltei, a minha mãe estava no mesmo lugar, sem oxigênio, sem aparelho de ressuscitação, não tinha nada”, completou Daiana.

A Fundação Hospitalar de Varginha, que administra o Hospital Bom Pastor, informou por meio de nota que está tomando as providências legais, promovendo a apuração administrativa do caso.

A fundação disse ainda que, se comprovada qualquer atitude do profissional que não se enquadre nos protocolos hospitalares, medidas diversas serão tomadas, como advertências, suspensões ou demissões no serviço público, além de outras providências nas esferas cível e criminal.

A nota da fundação informa ainda que o hospital não vai abordar questões técnicas inerentes ao paciente que lamentavelmente veio a óbito.

A filha de Dona Diceia registrou um boletim de ocorrência e a Polícia Civil informou que investiga o caso.

“O nosso papel é a colheita de provas, não estamos fazendo juízo de valor ainda, vamos trabalhar paralelamente acompanhando o que pode ser feito pela Polícia Civil, pelo poder público em um provável processo administrativo e a partir de então se a gente entender que há indícios de negligência a gente pode judicializar sim”, disse o advogado da família, Josué Sabino.

“Eu quero Justiça, porque hoje quem está sem mãe é eu e minhas irmãs. Quem perdeu foi a gente e é muito simples a pessoa errar e continuar no mesmo lugar, no mesmo ato”, completou Daiana.

A Fundação Hospitalar de Varginha disse ainda, em nota, que não compactua com qualquer invasão a um consultório médico durante atendimento por parte de quem quer que seja e ainda acusando a profissional.