MG VAI DOBRAR NÚMERO DE RADARES NAS RODOVIAS
O Departamento de Estradas e Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) pretende mais que dobrar o número de redutores eletrônicos de velocidade nas rodovias mineiras até 2026. A previsão acontece conforme edital aberto no fim de dezembro.
Com a licitação, uma nova empresa assume a gestão dos radares a partir de julho de 2025. Conforme o DER-MG, a abertura das propostas está agendada para o dia 10 de fevereiro. Até o momento, as rodovias de Minas Gerais contam com cerca de 580 radares, conforme ressalta o diretor de Operação Viária do DER, Cristiano Coelho. Outros 764 vão se somar aos atuais, chegando a 1,3 mil.
Segundo o diretor de Operação Viária do DER, a ampliação dos radares vem acompanhada da expansão de outros programas, como as praças de pesagem. “Os novos investimentos do DER não são somente em equipamentos de controle de velocidade. O DER está expandindo os investimentos para melhoria das condições da malha em outros programas nossos relacionados às condições de segurança da via. Nós estamos em fase de implementação de um contrato para reforçar a sinalização e os dispositivos de contenção, por exemplo”, detalha Coelho.
A escolha dos pontos para implementação dos radares é baseada em estudos técnicos. Os dados relacionados à malha rodoviária, como locais onde a maior parte dos acidentes acontecem, além de vias com maior fluxo de veículos, são algumas das informações levadas em consideração.
De acordo com o DER, os novos radares serão implantados de forma gradativa até o fim de 2026. O investimento destinado aos novos radares está estimado em R$ 313.203.444,11.
De acordo com o órgão, a licitação e os contratos dos novos equipamentos de controle e de redução de velocidade devem ser divididos em sete conjuntos aglutinados em unidades regionais do órgão. Os seis primeiros lotes serão responsáveis pela realização dos estudos técnicos e pela disponibilização, instalação, sinalização, aferição, operação, manutenção, realocação, monitoramento, além do fornecimento das informações, dados e imagens ao DER-MG e ao Centro de Gerenciamento Operacional e Processamentos do departamento (CGOP).
O lote sete ficará responsável pelo CGOP, com atribuições de assessorar, monitorar, vistoriar e apoiar no controle dos equipamentos em operação e em fase de implantação, dos lotes de 1 a 6. A principal função é a realização de análise das ocorrências geradas pelos radares, para que o processamento seja efetuado pelo agente da autoridade de trânsito do DER-MG.
De acordo com o departamento, os softwares utilizados pelos controladores de velocidade são atualizados com frequência e os equipamentos são capazes de realizar a leitura automática das placas. Além dos dados sobre infrações, o órgão consegue processar outros dados por meio dos radares, como meio de transporte utilizado, quantidade de veículos que vão de um local para outro, velocidade média dos veículos e tempo estimado de percurso. Segundo o DER, essas informações são fundamentais para o planejamento de melhorias e intervenções nas rodovias.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local é considerada uma infração de trânsito que, dependendo da velocidade atingida, pode levar até a suspensão da carteira de motorista e multa de até R$ 880,41. Conforme o diretor de Operação Viária do DER, os dados levantados pelo órgão mostram que apenas 0,1% dos veículos que passam pelos radares são autuados.
“Quando a gente vê que 99% dos veículos respeitam o limite de velocidade, nós podemos afirmar que temos rodovias seguras. Porque a maioria esmagadora dos veículos estão respeitando. Estão em uma velocidade que eles conseguem a qualquer imprevisto na rodovia, frear e ter uma reação é mais adequada. A gente sabe que na rodovia pode ter imprevisto. Pode ter alguma situação que se o veículo estiver em uma velocidade mais adequada e ele freia, ele consegue reduzir o veículo, consegue parar o veículo. Mas em um excesso de velocidade, até num momento da frenagem, ele pode perder o controle do veículo e causar um acidente”, aponta Coelho.
Mais radares, menos acidentes
De acordo com o especialista em Segurança do Trânsito e professor do Cefet, Agmar Bento, quanto maior a velocidade, mais grave é o acidente. “Além de ter muitos acidentes por causa da velocidade, geralmente são acidentes graves que resultam em vítimas e, em alguns casos, em óbito. E uma das medidas para solucionar esse problema dos acidentes, ou seja, diminuir os acidentes, é fazer o controle da velocidade. E para fazer o controle da velocidade, existem alguns dispositivos. Dentre eles, o radar. O radar é um dispositivo que é eficiente porque ele registra a velocidade e também pode permitir que a pessoa seja autuada”, reforça.
Agmar Bento também detalha que é importante que os radares sejam combinados com outras medidas de segurança como, por exemplo, as placas que alertam os motoristas da necessidade sobre a necessidade de diminuir a velocidade.
“Como Minas Gerais é um estado que tem uma malha rodoviária muito intensa, eu avalio que esses dispositivos eletrônicos implantados nas rodovias podem sim contribuir para a segurança do trânsito. Porque como a malha rodoviária é muito intensa, fica difícil para o Estado, o Poder Público, fiscalizar com agentes toda a sua extensão”, explica.