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VOZ PODE REVELAR DOENÇAS, DIZ ESTUDO

A fala é uma ação que movimenta mais de 70 músculos do corpo humano. A projeção da voz é um processo complexo, que envolve a coordenação de vários órgãos e sistemas do corpo humano. Respiração, cordas vocais, línguas, lábios e dentes – todos eles atuando com sinais simultâneos enviados pelo cérebro. Diante disso, médicos chegaram a conclusão de que a fala e voz podem revelar determinadas doenças e condições anormais dos pacientes.

Em entrevista ao site da Forbes, Dr. Hugo Botha, pesquisador e diretor do programa de IA para neurologia da Mayo Clinic, disse: “Como neurologista comportamental, acompanho pessoas com doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Muitas dessas condições podem se manifestar na voz. Em 25% dos pacientes com ELA, o primeiro sinal da doença é uma mudança na maneira de articular palavras”.

Sobre o estudo

Intitulado de “Usando a voz para detectar doenças neurodegenerativas”, as seguintes patologias podem se manifestar primeiramente pela fala ou voz da pessoa:

  • Parkinson;
  • Parkinsonismo atípico (atrofia de múltiplos sistemas);
  • Paralisia supranuclear progressiva (PSP);
  • Síndrome corticobasal (CBS);
  • Esclerose lateral amiotrófica (ELA);
  • Miastenia gravis;
  • Certos tipos demência frontotemporal que podem resultar em afasia.

“Existem alguns sinais na voz e na fala de alguém que um computador ou um algoritmo pode captar, que um ouvinte humano não captaria. E então isso é mais do tipo de pesquisa, lado da IA, onde estamos tentando usar centenas de gravações e pacientes com várias doenças, e então tentando ver se o computador pode separar essas doenças, mesmo que ouvintes humanos não consigam”, diz o Dr. Botha.

Coleta do material para realização da pesquisa

Clínica Mayo, organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos e de pesquisas médico-hospitalares, considerada uma das melhores dos Estados Unidos, realiza com seus pacientes neurológicos os registros quando eles têm sua voz ou fala examinada.

Para coletar amostras de voz, as pessoas são encarregadas de realizar uma série de exames de forma remota. A periodicidade do colhimento das amostras variava a cada duas semanas e a cada dois meses, “para que pudéssemos realmente ter uma visão longitudinal da doença em vez de apenas um [resultado] instantâneo”, disse Hugo.