ABUSOS DE MENORES AUMENTARAM 16% EM 1 ANO EM MINAS GERAIS
A delegada Renata Ribeiro afirma que não há um perfil definido para os abusadores. “São pessoas que não despertam suspeita, gozam de prestígio social e usam isso para constranger as crianças”, alerta.
A psicóloga Sylvia Flores acrescenta que, geralmente, os crimes ocorrem dentro da casa da vítima ou envolvendo pessoas de seu convívio. “Isso causa uma quebra profunda e permanente de confiança no outro, em qualquer outro, que continua pela vida adulta”, diz
Pandemia reduziu denúncias em Minas
A Polícia Civil acredita que o número de registros de estupro de vulneráveis não corresponde à realidade. Isso porque, com a pandemia, muitas vítimas deixaram de denunciar seus agressores. Aliado a isso, o isolamento reduziu o número de consultas.
“A quarentena reduziu o acesso das crianças aos órgãos da rede de proteção. As crianças que, antes, faziam consultas frequentes no pediatra ou no posto de saúde deixaram de ir”, conta.
De 2019 para 2020 o número de registros reduziu 18,5% – passando de 3.163 ocorrências para 2.668 registros, segundo a Sejusp.
Dificuldade com vínculos
A psicóloga Sylvia Flores explica que vítima de abuso pode ter problemas para estabelecer laços, seja com outras crianças ou parceiros futuros. A pessoa pode ter questões na esfera sexual, na vida adulta: “Além de abalar a autoestima”.
Chame a polícia!
A Polícia Civil informou que a denúncia de casos de abuso é dever de qualquer pessoa. “É dever de toda a sociedade noticiar a suspeita de violência contra uma criança. Quem vai obter as provas é a Polícia Judiciária. O nosso trabalho é investigar se houve um crime ou não. O dever do cidadão é noticiar qualquer suspeita de violência”, disse a delegada Renata Ribeiro.
Como denunciar
Queixas podem ser feitas, de forma anônima, por meio do Disque 100 ou pelo 181.
Operação
Entre junho e julho deste ano, foi feita a operação Acalento. Em Minas, 107 pessoas foram presas, 744 novos inquéritos foram abertos e 1.152 vítimas foram atendidas.