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BANHO DE CACHOEIRA TORNA-SE PATRIMÔNIO CULTURAL NO SUL DE MINAS

Bueno Brandão, no Sul de Minas, tem várias cachoeiras que atraem turistas e também a população local ao longo do ano. E para salvaguardar esse hábito arraigado na identidade bueno-brandense, o banho de cachoeira foi registrado como Patrimônio Cultural da cidade. De acordo com a prefeitura, o registro é inédito no Brasil.
O dossiê, produzido pelo Departamento de Cultura em parceria com a consultoria AME Cultura, foi aprovado no dia 12 de novembro, em reunião realizada pelo Conselho do Patrimônio.O banho de cachoeira foi registrado no livro dos Saberes como uma prática sociocultural fortemente arraigada no cotidiano e na identidade bueno-brandense.

“Para preparar esse registro, tivemos o envolvimento da população, proprietários de terras onde estão cachoeiras, empresários do setor turístico. Esse tipo de registro é algo inédito em Minas Gerais e no Brasil. Como estamos em um estado onde os cursos de água e montanhas se relacionam tão bem e representam tanto para nossa história, cultura, economia, para nossa vida, esse registro está valorizando não apenas uma tradição local, mas um elemento cultural muito marcante para Minas Gerais”, explica o diretor do Departamento de Cultura, Gerson Rossi.
Bueno Brandão é conhecida como a “Cidade das Cachoeiras”. São mais de 30 quedas d’água de diferentes proporções. O costume de tomar banho nessas águas atrai não somente a população, mas inúmeros visitantes anualmente.Moradores e turistas usam as cachoeiras como espaço de sociabilidade, meditação, contato com a natureza, cenário para fotografias e também para a prática dos esportes de aventura, como o cascading.

“Salvaguardar essa prática sociocultural é uma forma de manter os mananciais d’água ativos e com volume de água suficientes e próprios para banho, sem contaminação química ou biológica, além de motivar a regulação da ocupação consciente do solo de forma harmônica com o bem cultural, assim como proteger as nascentes e as matas ciliares que formam importantes corredores ecológicos, promover a difusão e a educação patrimonial sobre a importância de proteger o bem, e ainda garantir às gerações futuras a recriação constante desse Saber”, diz a nota da prefeitura.
Patrimônio Cultural trata-se de tudo aquilo que possui importância histórica e cultural para um local, como manifestações populares – festas e danças –, arquitetura, culinária, entre outros. Já Patrimônio Natural compreende áreas de importância preservacionista e histórica – que transmitem à população a importância da natureza.
Embora seja comum ver o registro de cachoeiras como Patrimônio Natural, Bueno Brandão também quis reforçar a importância cultural da utilização desse espaço que, segundo a prefeitura, “evoca práticas milenares, que envolvem rituais de purificação do corpo, da alma e também saberes médicos, científicos, sanitaristas e hábitos culturais”.
Via Estado de Minas