CIRURGIA DE PARKINSON É REALIZADA PELA 4ª VEZ NA SANTA CASA DE PASSOS
Confirmando a vocação de pioneirismo e inovação técnica do Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de Misericórdia de Passos, desde a sua fundação, em 1978, pelo neurocirurgião Vivaldo Soares Neto, realizou-se neste mês, pela quarta vez no hospital, a cirurgia para tratamento da doença de Parkinson.
O procedimento foi realizado em uma paciente de Passos, com sucesso, tendo à frente o neurocirurgião da Santa Casa, Matheus Schmidt Soares, auxiliado por uma equipe multiprofissional, especializada em cirurgia de Parkinson de Belo Horizonte – composta por médicos e técnicos.
“Mais uma vez, pudemos sentir o êxito dessa cirurgia que é indicada – não para todos os casos de Parkinson -, mas para os casos que são previamente selecionados”, explica Matheus Schmidt, detalhando que os pacientes passam por testes pré-operatórios rigorosos em que são selecionados aqueles que têm um potencial de melhora com a cirurgia e que não apresentem contraindicações”.
Os pacientes são avaliados por uma equipe multiprofissional composta por neurologista, neurocirurgião e neuropsicólogo. Durante a reabilitação, além desses profissionais, os pacientes passam também pelo atendimento de fisioterapeuta e fonoaudiólogo, conforme destaca o neurocirurgião.
Assim, esses pacientes, que são rigorosamente selecionados, passam por uma cirurgia de altíssima complexidade, lembrando que não é em qualquer serviço de neurocirurgia de hospitais do país que se faz esse tipo de procedimento, conforme detalha com orgulho, Matheus Schmidt. Segundo pontua, o procedimento realizado pela Santa Casa consistiu na implantação de um eletrodo (como se fosse um chip implantado dentro do cérebro do paciente).
Existem alvos específicos dentro do encéfalo os quais esse eletrodo irá estimular por impulsos elétricos, inibindo o funcionamento de alguns alvos e estimulando outros, fazendo com que os sintomas da doença melhorem. Schmidt compara esses eletrodos a fios elétricos, que saem da cabeça debaixo da pele, ou seja, pelo subcutâneo, e se conectam a um gerador, como um marca-passo que fica no tórax do paciente, tudo por baixo da pele.
Depois, já no pós operatório, o neurologista ou neurocirurgião programa esse aparelho. E em seu consultório, utilizando um tablet, por bluethooth, controla e regula o aparelho usado no paciente. Finalmente, o neurocirurgião o aproxima do marca-passo cerebral – denominado DBS – em inglês, estimulação cerebral profunda. O profissional tem o controle total desse aparelho, liga, desliga e o regula, como necessário, para que os sintomas melhorem.
Conforme especifica o neurocirurgião da Santa Casa, “sem dúvida, esse equipamento melhora muito a qualidade de vida dos pacientes, sobretudo porque o médico consegue – e muito – abaixar a dosagem das medicações. É que geralmente os pacientes com Parkinson avançado, antes da cirurgia, usam uma quantidade muito grande de medicamentos, mas já no pós-operatório é reduzida significativamente essa quantidade”. Dessa forma, com a redução desses medicamentos, reduzem-se também os efeitos colaterais.
Assim, o paciente tem uma melhora significativa e fica melhor em relação aos sintomas, com pouco remédio, comemora Matheus.