CRESCIMENTO DA COVID NO SUL DE MINAS É SEMELHANTE AO DE MANAUS, DIZ PESQUISA

Um estudo, realizado pela Unifal (Universidade Federal de Alfenas), revela que a curva de crescimento de casos de covid-19 no Sul de Minas é semelhante a que ocorreu em Manaus. A região teve 1% de crescimento a mais do que em Manaus, que na semana passada viveu um colapso na saúde. As curvas analisadas são desde o início de novembro até 17 de janeiro.

Até o momento o sistema de saúde no Sul de Minas se mostrou mais eficaz e conseguiu suportar a demanda. Mas o estudo alerta sobre o risco de um colapso caso não haja colaboração da população, adotando medidas preventivas.

O estudo mostrou que a região apresentou crescimento de 126 % dos casos de covid-19, enquanto que a capital do Amazonas atingiu 125%. Alfenas foi a cidade mais atingida pela pandemia e em Poços de Caldas houve o maior número de mortes causada pela doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2).

Maior risco de contágio

Os pesquisadores destacaram uma comparação entre as três cidades que possuem campus da Unifal. Alfenas foi a mais atingida pela pandemia e tem oferecido mais risco de contágio em seu território quando analisada a macrorregião do Sul de Minas, com 154 municípios. Alfenas ocupa a 12ª posição em incidência acumulada (4,0%), acima de Varginha na 38ª posição (3,0%) e de Poços de Caldas na 77ª colocação (2,0%).

Para o diretor clínico do Hospital Santa Casa (HSC), Carlos Marcelo Barros, que comanda as equipes responsáveis pelo atendimento a pacientes com covid-19 na região de Alfenas, está “muito claro” que a situação epidemiológica é muito semelhante a de Manaus, porém o Sul de Minas possui um sistema de saúde bem mais eficiente.

“Só não vivemos tragédia parecida porque estamos numa região muito privilegiada em termos de saúde”, observa o médico com preocupação em relação a um relaxamento da população em relação aos cuidados. A avaliação é que se não houver a colaboração de toda a população, adotando as medidas preventivas, o sistema de saúde pode não suportar a demanda de pacientes. A ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no HSC, de Alfenas, já ficou próxima do limite recentemente.

A pesquisa é coordenada pelo epidemiologista e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unifal, Sinézio Inácio da Silva Júnior.

Via Alfenas Hoje