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CUMPRIR METAS DO ANO NOVO REFORÇA AUTOESTIMA

Fazer o balanço mental do ano e perceber que todas as metas – ou a maioria delas, ou mesmo apenas uma – foram cumpridas pode funcionar como um potente propulsor na autoestima de um indivíduo, provocando sensações recompensadoras e satisfatórias. É como ganhar um prêmio de si próprio, entregue pelo eu do passado.

“Ao atingir um objetivo, a pessoa reforça sua capacidade de agir e superar barreiras internas, fortalecendo o ego e despertando uma sensação de realização e autovalorização”, analisa a psicanalista Lorenza Coelho. “Ao conseguir atingir uma meta, nos vemos como capazes de dar o próximo passo para atingir a próxima”, completa a psicóloga e psicoterapeuta Nicole Pimenta.

É isso o que aconselha a psicóloga Nicole Pimenta para quem deseja colocar os planos em prática. “Primeiro, é preciso entender suas necessidades e desejos, percebendo por que aquela meta é realmente importante para você. Depois, é importante pensar em como chegar nela, como, por exemplo, traçar um plano de ação ou até mesmo pequenas metas dentro daquela grande meta”, aponta Nicole.

E se você está em dúvida sobre quais metas traçar, a psicanalista Lorenza Coelho sugere fazer uma reflexão daquilo que foi importante no último ano e quais conquistas trouxeram satisfação. “Também oriento a olhar para o que ficou pendente e aprender com o que deu errado”, sinaliza.

“Com isso, sugiro um método estruturado em etapas práticas que promovam uma limpeza emocional e um planejamento consciente, que consiste em reconhecer as conquistas e perguntar-se: ‘Quem sou eu hoje?’. É importante também deixar no passado o que não serve mais para o presente e para o futuro, filtrando as relações, os hábitos ou compromissos que drenaram sua energia. Em seguida, é necessário definir que tipo de mudanças a pessoa quer ver em todos os aspectos da vida, como emocional, profissional e relacionamentos e, principalmente, o compromisso consigo mesmo para cuidar da sua saúde mental”, instrui Lorenza.

Traçar metas factíveis é primordial para que elas sejam alcançadas

No momento de pegar o caderno ou o bloco de celular para estabelecer as metas de 2025, nada de traçar objetivos inalcançáveis. É importante, sim, ter algum tipo de ambição ao criar os propósitos, mas é fundamental que eles sejam factíveis.

“Só é possível elaborar metas atingíveis para si se a pessoa se conhecer bem e entender suas possibilidades e limitações. Portanto, este é o primeiro passo para isso. Uma reflexão mais profunda sobre si e sobre tais objetivos pode ajudar a pessoa a traçar de forma mais assertiva, de maneira a chegar onde se deseja”, propõe a psicóloga e psicoterapeuta Nicole Pimenta.

Dessa forma, as chances de frustração e a sensação de fracasso podem ser amenizadas caso as metas não sejam cumpridas em sua totalidade. O processo terapêutico pode ajudar nesse caminho.

“O trabalho analítico permite que a pessoa reconheça e aceite suas limitações sem se sentir fracassada. Isso abre espaço para a construção de metas mais realistas, que considerem tanto as capacidades atuais quanto o contexto de vida”, indica a psicanalista Lorenza Coelho, destacando que orienta seus pacientes a definirem claramente suas promessas, dividindo-as em objetivos macro e micro e escrevendo-os no papel.

“Essa prática ajuda a organizar os desejos, trazer clareza sobre as prioridades e transformar ideias abstratas em ações concretas, tornando o processo mais realista e realizável.”

Muitas vezes, as promessas de Ano Novo têm caráter temporário justamente porque nascem de impulsos, ansiedade ou idealizações momentâneas. Isso porque datas comemorativas funcionam como marcadores, servindo como lembretes de coisas que geralmente deixamos de lado no dia a dia.

“Então, o simbolismo relacionado ao recomeço, ao início de uma nova fase, atrelado ao Ano Novo, acaba nos inspirando a criar metas e a refletir sobre como queremos viver o novo momento que virá. Porém, a rotina e as necessidades do dia a dia acabam diluindo este ímpeto de mudança e renovação, fazendo com que as metas não se sustentem a longo prazo”, explica Nicole.