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DESEQUILÍBRIO NA DISTRIBUIÇÃO DAS VACINAS AFETA MUNICÍPIOS MINEIROS

O processo de distribuição de vacinas promovido em Minas Gerais tem gerado uma grande insatisfação por parte de prefeitos e pessoas que necessitam do insumo para se protegerem do coronavírus. Para muitos, há interesses na metodologia adotada para a distribuição do insumo entre os municípios.

Quem olha para o Vacinômetro da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) percebe que cidades com perfis populacionais parecidos estão recebendo quantidades de vacinas contra a Covid bem diferentes. A secretaria explica que os números são baseados em dados relativos aos grupos prioritários, mas ainda assim as distorções não ficam claras.

Para o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, os dados utilizados para a distribuição são defasados. Um dos critérios utilizados pelo Estado são as projeções realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), que leva em conta levantamentos feitos em 2012, entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU). “A fonte de dados para fazer esses levantamentos é furada, o IBGE não é atualizado, os dados em todos os sistemas, sabemos que não tem a devida alimentação. Fazer o planejamento em cima desses dados é inseguro”, argumenta Lacerda.

Essas discrepâncias fazem com que o ritmo de vacinação seja diferente nos municípios. Em Belo Horizonte, até mesmo os jovens com comorbidades estão sendo vacinados, enquanto em Betim o esquema vacinal ainda está priorizando o grupo na faixa de 43 a 48 anos. Já no interior a situação é ainda pior, em Carmo do Rio Claro por exemplo, a vacinação continua nas pessoas com comorbidades entre 55 e 59 anos.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) destacou que o quantitativo de doses de vacinas contra a Covid-19 enviado a cada município é estabelecido pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), coordenado pelo Ministério da Saúde, a quem é atribuída, também, a definição dos grupos prioritários para cada etapa da vacinação.

Segundo a pasta, o número de doses enviadas pelo Ministério da Saúde a cada um dos 853 municípios é definido de acordo com os dados alimentados pelos gestores municipais no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), no Cadastro Nacional da Assistência Social (CadSUAS) e no Departamento de Saúde Indígena – Desai.

O governo de Minas não informou como ficará a promessa do governador Romeu Zema (Novo) em distribuir mais vacinas às prefeituras que mais vacinassem.

O Ministério da Saúde, por sua vez, informou que o cálculo de distribuição de vacinas é feito de forma proporcional e igualitária, considerando o público-alvo contemplado a cada etapa de distribuição. Semanalmente, a pasta coordena reuniões com as gestões de saúde estaduais e municipais para definir a orientação adotada a cada nova distribuição. A recomendação, segundo o órgão, é para que estados e municípios sigam as orientações da pasta, no entanto, os gestores locais do SUS têm autonomia para definir a estratégia local de vacinação.

Via O Tempo