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EM 2021, MG JÁ TEM MAIS QUE O DOBRO DE MORTES POR COVID DE 2020

Minas Gerais já registrou, em menos de cinco meses de 2021, mais que o dobro de mortes por Covid-19, em comparação com todo o ano passado. A marca foi alcançada no último fim de semana.
Segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde, em 2020, entre março e dezembro, foram registradas 11.902 mortes por complicações da Covid-19. Agora, até essa terça-feira (11), são 24.220 vidas perdidas para a doença.
Os números refletem o momento mais difícil da pandemia em Minas. Neste ano, o estado viveu o colapso hospitalar em várias regiões. Agora, a situação está administrável, mas ainda é grave.
Considerando a primeira morte por Covid confirmada no estado, no dia 30 de março de 2020, a partir de então, até o fim do ano, a média foi de 43 mortes por dia no ano passado. Em 2021, a média já é de 186 mortes por dia, um aumento de 332%.
Para se ter uma ideia, o mês mais letal de 2020 foi dezembro, com 1.861 mortes. Neste ano, abril, o mês com mais óbitos até agora, somou 9.367 mortes causadas pela doença, dado 5 vezes maior que dezembro.
Vários agravantes e 3ª onda à vista
Os especialistas apontam que Minas Gerais e o Brasil, de uma forma geral, vivem neste ano uma “tempestade perfeita”, ou seja, diversos fatores que proporcionaram esse número de mortes. Entre esses agravantes estão as novas variantes, a falta de uma centralização no enfrentamento à pandemia no país e o relaxamento dos cuidados, após mais de 1 ano de pandemia.
Especialistas temem novo colapso no sistema de saúde 
O cenário para os próximos meses não é animador. Segundo o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, existe uma possibilidade real de uma terceira onda da pandemia, ainda mais grave que as últimas duas, com a chegada do inverno.
“Há uma grande preocupação de que um refresco pequeno no número de casos e mortes pode logo vir a ser substituído por um novo momento de crise de terror, com aumento importante no número de casos. Tudo é possível e a terceira onda não deve ser descartada, muito pelo contrário, nós devemos nos esforçar muito porque, se não, certamente ela vai acontecer”, disse Urbano.
Estevão esclarece que o frio não muda a velocidade de transmissão, mas que, por causa das baixas temperaturas, as pessoas tendem a ficar em ambientes fechados, o que contribui para a maior contaminação.
“A temperatura em si ela não influencia em nada. O que influencia é que, no frio, as pessoas ficam em ambientes reclusos, fechados, pouco ventilados. Então, a ventilação que lava um pouco o ar e reduz a quantidade de vírus ela acontece menos no frio. Então, a carga viral aumenta exponencialmente em ambientes fechados que são característicos dessa época do ano, esse é o risco do frio”, disse.
Outro fator que contribui para esse aumento exponencial de mortes é a característica de progressão geométrica da pandemia. Ou seja, o crescimento de casos se dá em um aumento de multiplicação. Quanto mais pessoas infectadas, maior pode ser a transmissão.
Fonte: G1 Minas Gerais