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EXPORTAÇÃO DE CAFÉ CRESCE QUASE 30%

As exportações brasileiras de café atingiram 3,673 milhões de sacas de 60 kg em agosto deste ano, aumento de 29,4% em comparação com o mesmo mês de 2022.

De acordo com o relatório mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a receita cambial também cresceu 7,5%, atingindo US$ 723,8 milhões.

O destaque foi o aumento nas exportações dos cafés conilon e robusta, juntamente com uma recuperação nos envios da variedade arábica.

O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, observou que as remessas de cafés canéforas (conilon e robusta) ao exterior aumentaram 443%, chegando a 699 mil sacas em agosto, estabelecendo um recorde mensal. Enquanto isso, os cafés arábicas aumentaram 11,2%, alcançando 2,65 milhões de sacas.

Ferreira explicou que os cafés canéforas brasileiros estão se destacando devido a dificuldades enfrentadas por outros grandes produtores, como Vietnã e Indonésia, devido a adversidades climáticas e queda na produção. Além disso, o preço estável, mesmo com a queda do dólar, tem contribuído para os recordes nas exportações de conilon e robusta.

Com uma recuperação significativa na safra 2023 de café arábica no Brasil, a disponibilidade dessa variedade para o mercado internacional aumentou, aumentando a competitividade.

Ferreira destacou que as perspectivas para os cafés canéforas permanecem positivas devido ao El Niño, que cria um ambiente favorável à estabilidade do mercado em curto e médio prazos.

No que diz respeito ao café arábica, Ferreira afirmou que, com o final da colheita, houve um aumento nos volumes recebidos nos armazéns, o que já era esperado devido à boa carga nas lavouras durante o período de pré-colheita.

Exportações brasileiras

O presidente do Cecafé expressou otimismo em relação ao futuro das exportações de café do Brasil, destacando o aumento das floradas no parque cafeeiro e projetando volumes semelhantes aos de 2020 a partir da temporada 2024/25, desde que haja condições climáticas adequadas e uma estrutura de preços que beneficie os produtores.

Ferreira também observou os desafios da cafeicultura brasileira e mundial em relação à rastreabilidade e sustentabilidade, enfatizando a importância de se ajustar ao novo modelo de comercialização que valoriza a origem, a rastreabilidade e a preservação da natureza.

Com o desempenho das exportações em agosto, os embarques nos dois primeiros meses do ano safra 2023/24 cresceram 24,5% em volume e 6,6% em valores, totalizando 6,672 milhões de sacas e US$ 1,354 bilhão, respectivamente.

No acumulado de janeiro a agosto de 2023, o Brasil exportou 22,904 milhões de sacas de café, um valor ainda 9,7% abaixo do registrado no mesmo período de 2022.

A receita cambial caiu 17,3% devido à redução das cotações no mercado.

Os principais destinos das exportações de café do Brasil nos primeiros oito meses de 2023 foram os Estados Unidos, Alemanha, Itália, Japão e Bélgica. As exportações para a China cresceram 146,5%.

O café arábica representou a maioria das exportações, seguido pelo café solúvel, canéfora e produtos torrados. Cafés diferenciados, de alta qualidade e sustentáveis, responderam por 16,5% das exportações totais, com um volume de 3,770 milhões de sacas.

O complexo marítimo de Santos (SP) continuou sendo o principal ponto de exportação de café brasileiro em 2023, seguido pelos portos do Rio de Janeiro e Paranaguá (PR).