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FALTAM SEDATIVOS PARA INTUBAR PACIENTES EM HOSPITAIS DO SUL DE MINAS

A situação do Sul de Minas é crítica sob o aspecto de internações para pacientes graves contaminados pelo novo Coronavírus. Conforme o último boletim da Prefeitura de Pouso Alegre, referência no Sistema Único de Saúde (SUS) para 153 municípios da região, a ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital das Clínicas Samuel Libânio é de 97% e de leitos clínicos, 82%. Já em Extrema, a outra cidade referência no SUS, todos os leitos de UTI do Hospital e Maternidade São Lucas estão ocupados.

Conforme ofício enviado pelo diretor do Hospital São Lucas, Rodrigo Lopes, à secretária de Saúde de Camanducaia, Shirley Andrade, a crise na unidade de saúde é ainda mais séria, pois faltam bloqueadores neuromusculares, medicamentos capazes de garantir a completa sedação dos pacientes internados no CTI sob ventilação mecânica. “Há semanas eles tentam comprar. Não é nem uma questão financeira, mas de falta do produto no mercado. O diretor do hospital não nos informou até quando dura seu estoque, mas, dessa forma, mesmo que surja uma vaga, ele não pode receber novos pacientes”, salienta a secretária.

Ela conta que, devido ao colapso no sistema, o administrador da Santa Casa de Misericórdia de Camanducaia autorizou a adaptação de 10 leitos clínicos de internação, para recebimento de pacientes com Covid. Assim, foi criada uma ala, em caráter de emergência, porque não havia para onde transferir esses pacientes.

No ofício enviado à Secretaria de Saúde na sexta-feira (12), Lopes, diretor do Hospital São Lucas, de Extrema, afirma que “para total desespero deste corpo clínico, (…) o referido medicamento não se encontra disponível para compra. Não se pode afirmar se em decorrência da alta demanda , ou se por problemas intrínsecos aos fabricantes das indústrias farmacêuticas”. A secretária de saúde reitera o momento crítico atravessado pela região: “se a população não adotar o isolamento, a máscara, a higiene das mãos, o álcool não sabemos como vai ser. Os profissionais de saúde não vão conseguir, sozinhos, segurar essa pandemia”, frisa.

Via O Tempo