FERIADO E CEPA INDIANA ACENDEM ALERTA PARA PIORA DA PANDEMIA EM MG
Com a aproximação de mais um feriado prolongado nesta semana, a ameaça da disseminação da variante indiana no país e com a cepa de Manaus predominando em Minas Gerais, especialistas temem novo boom de casos de Covid-19 no Estado nas próximas semanas e cobram ações mais efetivas do governo federal e estadual para tentar conter a escalada.
Cerca de duas semanas após feriados prolongados, a curva de casos de Covid-19 em Minas Gerais tem aumentado sucessivamente. Por ora, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) não anunciou qualquer medida para tentar reverter o cenário com a aproximação do feriado de Corpus Christi, celebrado nesta quinta-feira (3). Ela declarou, por meio de nota, que “os protocolos de prevenção no Estado devem ser seguidos para evitar a propagação do vírus da Covid-19 e suas variantes” e que as orientações estaduais podem ser alteradas semanalmente no contexto do Minas Consciente.
Cenário preocupa mesmo sem variante indiana
A nova variante indiana do coronavírus é uma das quatro cepas consideradas preocupantes pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Por ora, houve a confirmação de apenas um paciente infectado pela cepa em Minas Gerais, mas indícios de que ela seja mais transmissível colocam pesquisadores em alerta.
“Todo mundo que chega ao Brasil de países onde há variantes de preocupação deveria ser barrado, responder a um questionário e fazer um teste, depois ficar de quarentena. Deveríamos pegar o contato de todo mundo que chega nos aeroportos brasileiros e monitorar essas pessoas”, diz o infectologista Unaí Tupinambás.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), a responsabilidade por barreiras sanitárias em portos e aeroportos são estabelecidas pelo Ministério da Saúde a partir de recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O paciente infectado pela variante indiana que chegou a Minas Gerais desembarcou em São Paulo com um resultado de teste negativo e só começou a ser acompanhado pelas autoridades sanitárias ao apresentar sintomas.
Pelas regras atuais, voos procedentes da África do Sul, da Índia, do Reino Unido, estão proibidos no Brasil. O estrangeiro que eventualmente chegar ao Brasil após passagem por esses locais precisa passar por uma quarentena de 14 dias e apresentar o resultado negativo para Covid-19 de um teste PCR realizado até 72 horas antes do desembarque. Uma nova portaria publicada pelo governo federal na última semana restringe o desembarque de tripulação marítima proveniente desses países no Brasil, que precisam passar por quarentena antes de desembarcarem. A Anvisa também avalia padronizar com o governo federal onde passageiros que precisem passar por quarentena deverão cumprir isolamento.
Na perspectiva do pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Renan Pedra, que mapeia e variantes do vírus no Estado em um projeto do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a variante indiana preocupa, mas a situação do Estado é grave mesmo sem a disseminação dela.
Via O Tempo