GOLPES PELO WHATSAPP FIZERAM 33 MIL VÍTIMAS EM MG ESTE ANO
Golpes envolvendo o roubo, clonagem de contas no WhatsApp e até mesmo estelionato aumentaram nos últimos anos. Em Minas Gerais, entre janeiro e setembro de 2021, a estimativa é de que quase 33 mil ocorrências de estelionato aplicado através do aplicativo foram registradas. Segundo levantamento do Mistério Público de Minas Gerais (MPMG), esse é o crime cibernético de maior incidência de demandas na instituição.
Os criminosos criam cada vez mais estratégias para enganar suas vítimas, mas muitas das tentativas de fraudes contam com ajuda direta do próprio internauta — ainda que ele não saiba disso. Mensagens padrões são cada vez mais usadas por criminosos para a prática dos crimes digitais: “Oi, meu celular caiu e danificou a tela. Deixei na assistência técnica e eles me deram um prazo de 3 a 4 dias. Estarei usando esse número temporariamente. Qualquer coisa, pode me chamar aqui, ok”, estão entre as mensagens usadas.
Nesse tipo de estelionato, o criminoso muitas vezes se passa por parente da vítima. Após a troca de algumas mensagens para obter dados e ganhar a confiança dela, o criminoso passa a pedir que ela faça alguma transferência ou depósito, sob o pretexto de que não está conseguindo acessar aplicativos no telefone novo ou alguma outra desculpa genérica. A vítima, então, acaba fazendo a movimentação financeira solicitada pelo estelionatário.
Diante dos dados alarmantes, o MPMG está intensificando o trabalho preventivo em duas frentes: primeiro, o Coeciber elaborou um roteiro para orientar os promotores de Justiça de todo o estado com medidas para intensificar o combate ao crime; segundo, o órgão produziu um documento com dicas para que o cidadão possa se prevenir e não cair em estelionatos digitais.
Pensando nisso, nos últimos dias, o MPMG lançou uma série de orientações nas redes sociais com recomendações básicas contra o “golpe do whatsapp”. Dentre elas estão:
Não realizar imediatamente pagamentos ou transferências quando houver solicitação por meio do Whatsapp;
Não fornecer dados ou confirmar dados por telefone ou aplicativos não seguros (como Whatsapp, Telegram, etc), ainda que pareçam ser de instituições legítimas;
Restringir as configurações de privacidade de redes sociais, especialmente a da foto de perfil do Whatsapp;
Ativar a verificação em duas etapas em todos os produtos/serviços que possuírem esta funcionalidade (especialmente o Whatsapp).
Alertar parentes e familiares, especialmente os mais idosos, sobre como esse tipo de estelionato vem ocorrendo e ensiná-los a adotar as medidas de prevenção.
Que providências adotar se for vítima?
Caso o cidadão tenha sido vítima desse golpe ou alguém tenha tentado aplicá-lo, o Coeciber orienta a adoção das seguintes providências:
Nunca delete a conversa realizada com o criminoso e nem apague qualquer mensagem do diálogo.
Faça a captura de telas (“print screen” ou “print” como é referido popularmente) dessa conversa;
Realize o “backup da conversa” e a “exportação da conversa” para algum e-mail;
Informe imediatamente ao parente ou amigo cuja identidade está sendo usada pelo criminoso para que ele possa avisar terceiros e se precaver das consequências do uso de seu nome e dados;
Faça um Boletim de Ocorrência, constando o número usado pelo criminoso e quaisquer outros dados que ele tenha fornecido (e-mails, chaves PIX, contas bancárias, etc);
Comunique imediatamente seu banco e o banco para o qual os valores foram transferidos, registrando reclamações formais;
Envie um e-mail para support@whatsapp.com comunicando a criação de perfil falso, constando o número utilizado pelo criminoso e as capturas de tela (“prints”) realizadas.
Via Itatiaia