JOVEM ATROPELADO PROPOSITALMENTE NO SÁBADO MORRE NA UTI
Rafael Rodrigues da Silva, de 27 anos, um dos quatro jovens atropelados por um motorista embriagado em Passos (MG), no último sábado (15), morreu na manhã desta sexta-feira (MG). O autor, de 45 anos, é funcionário público.
A vítima, que era marceneiro e morava no bairro Bela Vista 2, estava intubado em estado gravíssimo na UTI da Santa Casa de Passos, além de várias fraturas pelo corpo.
Segundo relato do boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, testemunhas disseram que o autor do crime estava em um bar consumindo bebida alcoólica. Em determinado momento, ele pagou a conta e foi embora, mas momentos depois, retornou, perguntando quem havia roubado seu celular.
Ainda conforme testemunhas, diante da negativa de todos os presentes, o homem então passou a ameaçar o dono do bar, dizendo que “eu só não vou atropelar todos aqui porque eu te conheço, mas eu vou fazer uma desgraça ali na esquina e passar por cima”.
Diante disso, conforme as testemunhas, ele entrou no carro e saiu em alta velocidade em direção ao grupo de quatro jovens. O motorista avançou com o carro em cima do grupo e depois ainda tentou dar ré para atropelá-los novamente, mas os jovens fugiram.
O motorista foi localizado pela polícia e ficou constatado que dirigia bêbado. Ele foi preso por tentativa de homicídio e embriaguez ao volante. No momento do registro da ocorrência, o motorista disse à polícia que não viu o que aconteceu.
“Foi feito o auto de prisão em flagrante, a prisão dele foi ratificada no plantão pelos delitos de embriaguez ao volante e tentativa de homicídio qualificado por motivação fútil em relação às quatro vítimas”, explicou o delegado da Polícia Civil Matheus Ponsancini.
Relato das vítimas
A região em que os jovens foram atropelados é um ponto de encontro deles. Os jovens cresceram no bairro e, segundo eles, há cerca de uma década tinham a mesma rotina.
“Foi uma tragédia, vai ficar marcado aqui. Sempre foi nossa rotina ficar aqui, durante 10, 12 anos. Ficar nesse local, todo final de semana. Agora fica meio difícil a gente se reunir aqui. O pessoal do bairro sempre viu a gente sorrindo e alegre, nunca fizemos mal para ninguém, nunca brigamos com vizinhos. Todo mundo respeitava um ao outro”, disse Iago dos Santo Souza, um dos jovens atropelados.
“A rotina nossa, há muitos anos, é de reunir os amigos para jogar baralho. Do nada ele [motorista] saiu do bar desgovernado, jogou [o carro] em cima de nós, pegando nós quatro. E aconteceu o que aconteceu, foi um desastre”, lembrou Felipe Henrique Pereira.
“A gente não quer o mal de ninguém, quer só que a Justiça seja feita, que a Justiça de Deus seja feita. Porque ela tarda mais não falha. Que ele pague o que fez com a gente, porque ninguém merece isso”, completou Iago.
Via Folha Regional
