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JOVENS ESTÃO ENTRE OS MAIS INFECTADOS PELA COVID EM MINAS GERAIS

Apesar de a maioria dos diagnósticos estarem associados ao chamado “grupo de risco” – como idade superior a 60 anos ou doenças crônicas –, não é uma regra.
E, para piorar, as internações da faixa fora de risco têm aumentado. Médicos que trabalham na linha de frente acreditam que as flexibilizações e a inconsequência dos jovens resultam na alta de ocupação de leitos. As variantes do novo coronavírus estão atacando a população mais jovem. ”É preciso entender que o risco de morrer ainda é grande. As pessoas não estão protegidas pela idade ou por não pertencer ao grupo de risco” diz Fernando Botoni, médico intensivista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG.
O PERIGO DO DESCUIDO
Médicos que estão na luta diária contra a COVID-19 confirmam na prática o que diz o professor Fernando Botoni. É o que constata Bárbara Mares Porto, médica na enfermaria COVID-19 do Hospital Municipal Odilon Behrens, em BH. “A grande parte da internação continua sendo de idosos, mas a idade tem diminuído. A média hoje é de 50 anos, antes era de 70 pra cima. Nesta semana, tivemos três pacientes com menos de 50 que evoluíram com necessidade de internação”, afirma.
O médico Cristiano Pinheiro, que trabalha no Hospital de Campanha em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, atribui a alta de internações à falta de cuidado dos mais jovens.
“Um fato que está chamando muito a atenção da nossa equipe é a contaminação de adultos jovens, e já há relatos de crianças também contaminadas”, disse.
“Na primeira onda, basicamente os idosos estavam sendo acometidos e chegando à letalidade. Com isso, os adultos jovens relaxaram e passaram a se aglomerar, deixaram as etiquetas respiratórias de lado, a proteção de máscara e outros cuidados.”
Cristiano avalia a atual fase da pandemia como “segunda onda” que acomete adultos jovens na mesma medida que pessoas acima dos 60.
“Estão chegando muito graves para nós, em todo o sistema de saúde. Muitos estão sendo entubados, respirando com ajuda de aparelhos e grande parte está sendo letal”, diz o médico, reiterando um apelo: “Devemos ter consciência social, pensar em nós como um todo”, pede o médico.
Fonte: Estado de Minas