JUÍZA NEGA PEDIDO DE PRISÃO DE PADRE ROBSON
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) pediu a prisão do padre Robson de Oliveira Pereira, reitor do Santuário Basílica de Trindade, no âmbito do processo que apura irregularidades na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), da qual é presidente. No entanto, a Justiça negou a solicitação.
A operação “Vendilhões” foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (21) para investigar diversos crimes, inclusive lavagem de dinheiro que era doado à entidade para arcar com os custos da construção do novo Santuário Basílica. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, em imóveis de Goiânia e Trindade. Inclusive, em propriedades de luxo vinculadas ao padre Robson.
Em sua justificativa para pedir a detenção, o MP-GO afirmou que a prisão era necessária porque o padre, “há vários anos”, estaria se apropriando de recurso da Afipe, bem como “promovendo a transferência de bens desta para terceiros”. Além da prisão, pleiteou ainda que ele fosse afastado do cargo diretivo da associação, bem como proibido de entrar nos imóveis da entidade.
A promotoria ressalta que o padre administra entidades que recebem mais de R$ 20 milhões mensais em doações de todo o Brasil e estaria usando os valores em benefício de terceiros. Foi constatado que, nos últimos dez anos, a associação movimentou em suas contas mais de R$ 2 bilhões.
De acordo com a denúncia do MP, houve pagamentos indevidos de cerca de R$ 120 milhões, só nós últimos três anos, por parte da Afipe para grupos de empresas e pessoas. Constatou-se que esses gastos não tinham vínculo com questões religiosas, mas com outros negócios, como a compra de imóveis, propriedades rurais, cabeças de gado e emissoras de rádio, diz o MP.
Promotores cumprem mandado de busca e apreensão na casa do padre Robson — Foto: MP-GO/Divulgação
Juíza indeferiu pedido
Porém, em seu despacho indeferindo o pedido, a juíza Placidina Pires, disse que o padre é “líder religioso, primário e de bons antecedentes criminais“.
Ela ressaltou ainda que “a simples existência de indícios da prática de crimes de natureza grave” não são suficientes para determinar a prisão do religioso”. Destacou ainda que na denúncia do MP, “não há informações concretas de que, em liberdade, o padre investigado destruirá provas ou intimidará testemunhas”, não sendo necessária sua prisão.
Pelos mesmos motivos, a magistrada também negou os pedidos de afastamento do cargo diretivo e da proibição de acesso do padre à Afipe.
Via G1/GO