JUROS NO PARCELAMENTO PODEM INVALIDAR BLACK FRIDAY
O parcelamento de compras será uma alternativa aos consumidores que desejam aproveitar a Black Friday na próxima sexta-feira (29) para comprar algum produto. Mas as taxas de juros embutidas na compra a prazo podem fazer com que os descontos oferecidos na data sejam perdidos. Dados de uma pesquisa realizada pelo Mercado Livre em parceria com o Mercado Pago indicou que mais da metade dos brasileiros, 54%, afirmaram que vão utilizar cartão de crédito para pagar as aquisições.
Neste grupo, 32% afirmou que pretende parcelar as compras em até três vezes, enquanto 37% indicou que o pagamento será feito por até seis meses. Neste sentido, a educadora e analista financeira Ellen Silvério alertou que o consumidor deve optar pela transação fracionada apenas se houver a certeza de que não haverá comprometimento do orçamento mensal e quando a taxa de juros for baixa ou inexistente.
Ela ainda aconselhou que o trabalhador avalie se o item desejado é indispensável. “Antes de optar pelo parcelamento, o consumidor deve avaliar: taxas de juros, condições de parcelamento verificando quantas parcelas e o valor de cada uma , verificar a possibilidade de pagar à vista, caso tenha recurso para isso. E também a real necessidade da compra, porque o parcelamento é um facilitador para compras desnecessárias”, observou.
Silvério frisou que, no parcelamento, uma taxa de juros de até 2% ao mês, aproximadamente 26,82% ao ano, pode ser aceitável em curto prazo. “Mas desde que o desconto à vista seja menor do que o custo dos juros. Por exemplo, se o desconto à vista for de 10%, mas o parcelamento tem um custo total de juros de 8%, o parcelamento pode ser interessante. Contudo, cada caso deve ser avaliado individualmente”, acrescentou.
A educadora financeira explicou que o final de ano, não só pela Black Friday, mas também pelo Natal, deve ser de atenção ao consumidor. Ela orientou que caso o consumidor tenha um investimento com rendimento superior à compra parcelada, pode ser interessante manter o dinheiro aplicado e parcelar a compra.
“O parcelamento deve ser uma escolha consciente, baseada na análise de juros, orçamento e necessidade real da compra. A decisão entre pagar à vista ou parcelar deve sempre priorizar a saúde financeira e evitar o comprometimento excessivo de renda futura”, destacou.
Pix na vanguarda
Enquanto parte da população optará pelo cartão de crédito, 48% dos microempreendedores individuais do Brasil consideram o Pix como o meio preferido para receber os pagamentos, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico. A pesquisa ainda revelou que 97% dos empreendedores aceitam o mecanismo instantâneo como forma de pagamento.
O CEO da fintech Paag, João Fraga, destacou que parte da aderência ao Pix se deve ao imediatismo promovido pela tecnologia. Diferente de métodos tradicionais, que podem levar horas ou dias para finalizar uma transação, o mecanismo faz com que o dinheiro entre na conta do vendedor com apenas um clique, permitindo um fluxo de caixa mais eficiente.
“Durante a Black Friday, o PIX se destaca como uma opção de pagamento ágil e sem burocracia, permitindo que os consumidores realizem suas compras de forma rápida e segura. Para os empreendedores, isso significa uma experiência de pagamento mais fluida, com transações instantâneas que ajudam a reduzir o tempo de espera e a aumentar a satisfação do cliente”, afirmou Fraga.
O CEO lembrou que o uso do PIX também oferece uma redução significativa de taxas, em comparação às maquininhas de cartão, que cobram tarifas elevadas. A vantagem é proporcionada pela exclusão de bandeiras e adquirentes, empresas que fazem a ponte entre o banco emissor do cartão e o estabelecimento comercial.
“Muitos processos de transação financeira, como TEDs e DOCs, se tornaram obsoletos com a criação do PIX. A ferramenta trouxe maior agilidade e redução de custos para pessoas físicas e jurídicas. A simples integração ao sistema, com QR Codes e ferramentas de pagamento, tem revolucionado o cenário comercial no Brasil”, complementou Fraga.