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MAIS DE 75% DAS RODOVIAS DE MG TÊM PROBLEMAS

A cada 100 quilômetros percorridos em estradas pavimentadas federais e estaduais em Minas Gerais, 76 km estão em condições regulares, ruins ou péssimas. Com 76,8% dos 15,256 mil quilômetros avaliados em condições regulares, ruins ou péssimas, a situação das rodovias em Minas Gerais está pior do que a média nacional, uma vez que, no país, esse percentual é de 66%.

A análise compõe a pesquisa CNT de Rodovias 2022 divulgada nesta quarta-feira (9 de setembro) pela Confederação Nacional do Transporte. A recuperação das pistas no Estado demandaria um investimento estimado em R$ 14,1 bilhões.

A pesquisa foi feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e levou em conta 15,256 mil km da malha rodoviária do Estado. Apenas 23,2% da malha rodoviária mineira recebeu as notas boa e ótima, segundo a Confederação.

A pesquisa identificou 397 pontos críticos nas estradas mineiras analisadas, o equivalente a 15% dos 2.610 trechos mapeados em todo país. Em 75,6% da malha rodoviária avaliada, o traçado da pista está fora do ideal e só em 24,4% as notas foram positivas. Em se tratando de sinalização, 71,4% das pistas estão em estados regular, ruim ou péssimo sendo que, desses, 4,5% da extensão não tem faixa central e 12,3% não tem faixas laterais. O pavimento é problemático em 63,7% do percurso avaliado pela confederação no Estado. A solução para os problemas mapeados, avalia a CNT, custaria R$ 14,1 bilhões.

Em termos nacionais, 66% dos 110,33 km percorridos têm algum tipo de problema. Considerando apenas a sinalização, 60,7% dos trechos são regulares, ruins ou péssimos. Quadro encontrado em 55,5% dos trechos quanto ao pavimento. Quando o assunto é o traçado das pistas, 63,9% “tomaram bomba” na avaliação da CNT. No país, o investimento necessário para melhorar as condições das rodovias seria de R$ 72,26 bilhões.

Esses investimentos, ao mesmo tempo que são um desafio, também podem ser uma solução se pensadas as fontes dos recursos, sobretudo em Minas Gerais, conforme explica o especialista em transporte e trânsito Osias Batista.

Ele salienta que grande parte das estradas mineiras ainda não é concessionada. A privatização, segundo ele, poderia ajudar a vencer alguns problemas atuais.

“É difícil comparar Minas Gerais com outros estados, pois a situação pode ser diferente, dependendo do local. A questão é que à medida que se tem trechos concessionados, a manutenção das estradas pode ser melhor, já que as concessionárias são obrigadas a manter determinados padrões de qualidade”, avalia.

Conforme Batista, quando as estradas não são concessionadas e dependem do governo federal ou do governo estadual, os desafios se intensificam em meio à necessidade de verba, orçamentos e morosidade do poder público.

Necessidade de correção

Embora destaque a importância de analisar caso a caso cada problema das estradas atualmente, Batista é enfático: é indispensável corrigi-los. Um estudo deve ser feito para contemplar as necessidades prioritárias e trabalhá-las. “O que pode ser feito é corrigir. Não tem solução além disso. Mas, antes, é preciso avaliar o impacto de cada um (dos problemas)”, diz.

Acidentes

Com mais da metade (66%) das rodovias estaduais e federais em condições regulares, ruins e péssimas no Brasil, os motoristas estão mais expostos a riscos de acidentes. O resultado, segundo a CNT, são 64.515 acidentes apenas nas vias de responsabilidade da União, com um prejuízo financeiro da ordem de R$ 12,75 bilhões para o país apenas em 2021. Ao todo, 5.395 pessoas morreram em decorrência de acidentes ocorridos nas rodovias federais no Brasil em 2021.

“Qualquer situação que reflita em segura é preocupante e precisa ser corrigida”, finaliza o especialista em transporte e trânsito Osias Batista.

Via O Tempo