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MG ANUNCIA PAGAMENTO DE DÍVIDA COM HOSPITAIS FILANTRÓPICOS

O Governo de Minas Gerais deve iniciar na semana que vem um repasse de R$ 220 milhões para hospitais e unidades filantrópicas de saúde em todo estado. O valor diz respeito a dívidas do governo com essas instituições, que começaram em 2014, com atraso dos repasses. Outros R$ 220 milhões serão repassados no ano que vem, zerando a dívida com essas instituições.

O secretário de Estado de Saúde, Fábio Bacheretti, diz que a dívida, que vem de outras gestões do Governo de Minas, encerra uma situação que perdura os últimos nove anos.

“É o pagamento de uma dívida histórica que começou em 2014, 2015 que o estado não pagava e não dava previsibilidade aos hospitais. E a gente vem para quitar a dívida a curto prazo com recurso próprio do Governo de Minas. São cerca de R$ 440 milhões e, nas próximas semanas, já começaremos o pagamento com a expectativa de que mais da metade seja paga ainda este ano”, afirma.

“Estamos pagando dívidas de outros governos porque a parte da gente a gente paga em dia e a partir de agora não terão nenhuma dívida conosco”, explica Baccheretti.

Em cerimônia realizada nesta sexta-feira (6), representantes de hospitais filantrópicos comemoraram o anúncio da Secretaria de Estado de Saúde e relataram dificuldades enfrentadas desde 2014 com a falta de repasses por parte do governo estadual.

“As dívidas que hoje nós ainda temos com o estado se remetem aos idos de 2017, 2018 e 2019, período muito triste para nossas instituições porque as dívidas se acumulavam e não tínhamos qualquer previsibilidade de pagamento. No dia de hoje, receber uma notícia de que parte considerável desses valores serão saldados, realmente, dá um novo rumo para as nossas instituições para que elas possam resolver muitos problemas financeiros”, diz a presidente da Federação de Santas Casas de Minas Gerais, Kátia Rocha.

Na Santa Casa de Belo Horizonte o repasse esperado é na casa de R$ 20 milhões, como detalha o provedor Roberto Otto Augusto de Lima, que reclama que a instituição precisou recorrer a empréstimos para continuar atendendo os pacientes.

“O recurso é de suma importância para a instituição. A dívida foi formada entre 2015 e 2020 e a instituição continuou funcionando neste período a todo vapor, atendendo a população e, para isso, tivemos que captar recursos no mercado financeiro. Ou seja, estamos pagando juros para continuarmos funcionando”, relata.

Outro hospital que aguarda os recursos é o Hospital Evangélico, especializado em atendimentos para problemas nos rins e nos olhos. De acordo com o superintendente executivo da unidade, Perseu Perrussi, são atendidos 3.500 pessoas todos os meses somente em consultas de nefrologia nas unidades de Belo Horizonte, Betim e Contagem e mais de 17 mil em oftalmologia na capital mineira.

“O prejuízo [com as dívidas] é que nós não conseguimos fazer planejamento financeiro. Quando você não recebe, você não consegue pagar em dia, aí tem que pagar com juros, multa, tem que pagar antecipado…”, relata à reportagem.