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MG CONFIRMA MAIS UMA MORTE POR FEBRE AMARELA

Minas Gerais registra mais uma morte por febre amarela em 2025, totalizando três neste ano e quatro durante o atual período de monitoramento, que considera casos desde 1º de julho de 2024. O paciente, de 49 anos, era morador de Pouso Alegre, no Sul de Minas, considerado também o Local Provável de Infecção (LPI), de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). A pasta não informou a data da morte.

As duas outras mortes no estado por febre amarela aconteceram em Extrema, também no Sul de Minas. Uma das vítimas foi um jovem de 21 anos, morador de Bragança Paulista, no estado de São Paulo. A SES-MG afirma que ele era vacinado, e o provável local de infecção era em Joanópolis (SP). A morte aconteceu em um hospital em Extrema.

O outro caso no município do Sul de Minas foi um paciente do sexo masculino, de 69 anos, sem registros de vacina. O LPI é Extrema, onde morava.

No total, Minas tem quatro casos confirmados para a doença. A outra ocorrência, que não teve morte, foi de um paciente morador de Cambuí, também no Sul de Minas. De acordo com a SES-MG, não há histórico de vacinação dele, e o local de provável infecção é o próprio município de residência.

Além das ocorrências de 2025, houve dois casos confirmados e uma morte no ano passado, compreendidos nesse período epidemiológico de monitoramento. O local provável de infecção do paciente que faleceu, cuja idade não foi informada pela SES-MG, é Monte Sião, também no Sul de Minas.

O outro caso confirmado de 2024 também foi na Região Sul do estado, mas em Camanducaia, com LPI ainda em investigação. A suspeita é que o paciente, de 65 anos, foi contaminado enquanto estava em seu sítio, em Itapeva, no Sul de Minas. Conforme o governo do estado, o município foi considerado “área de epizootia”, ou seja, com registro de contaminação de vários animais ao mesmo tempo, podendo, ou não, levar à morte deles.

Casos em primatas não humanos

Neste ano, até então, foram registrados seis primatas não humanos (PNH) com confirmação para febre amarela, todos em municípios no Sul de Minas: Toledo, Poços de Caldas, Córrego do Bom Jesus, Estiva, Poço Fundo e Pouso Alegre.

Em 2024, foram sete confirmações em primatas não humanos. Uma das ocorrências foi em Belo Horizonte, e as demais, em municípios no Sul do estado: Bueno Brandão e Ipuiúna, com dois casos cada; Santa Rita de Caldas e Extrema, com um cada.

Vacinação

A imunização é a principal ferramenta para a prevenção e o controle da febre amarela. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina para a população em todas as Unidades Básicas de Saúde do Estado. A vacina é indicada conforme recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) para pessoas a partir de 9 meses de idade. O esquema vacinal em crianças menores de 5 anos de idade compreende duas doses, sendo a primeira aos 9 meses de vida e uma dose de reforço aos 4 anos de idade.

Em pessoas de 5 a 59 anos de idade, não vacinadas, a recomendação é administrar uma dose única. Nas demais situações, caso a pessoa tenha recebido apenas uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade, deve ser administrada uma dose de reforço, independentemente da idade atual.

Pessoas com 60 anos ou mais de idade poderão ser vacinadas após avaliação das condições de saúde e existência de possíveis contraindicações à vacinação. A viajantes internacionais e para áreas com evidência de circulação do vírus febre amarela (em humanos ou epizootias), não vacinados, a recomendação é que seja administrada uma dose da vacina com pelo menos com 15 dias de antecedência da viagem.

A doença

No Brasil, o ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os últimos casos de febre amarela urbana foram registrados no país em 1942, e todos os casos confirmados desde então são atribuídos ao ciclo de transmissão em zonas de mata ou rurais.

A doença é endêmica na região amazônica, mas, de tempos em tempos, emerge na extra-amazônica. O padrão é sazonal, com a maior parte dos casos incidindo entre dezembro e maio. Surtos ocorrem quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão, como altas temperaturas, baixas coberturas vacinais e alta densidade de vetores (os mosquitos) e hospedeiros (macacos e seres humanos).

A partir de 2014, o vírus reemergiu na Região Centro-Oeste do país, se espalhando nos anos seguintes para as demais regiões. Entre 2014 e 2023, foram registrados 2.304 casos de febre amarela em humanos, sendo que 790 chegaram a óbitos no Brasil. Em Minas, o pior período ocorreu entre 2016 e 2018.

Dentre as recomendações do Ministério da Saúde estão o alerta para que equipes de vigilância e de imunização intensifiquem as ações nas áreas afetadas, com ampliação para municípios vizinhos; a notificação do adoecimento ou morte de macacos; e a atenção a sintomas de febre leve e moderada em pessoas não vacinadas.

Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver alguns sintomas, como: febre alta; icterícia; hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Ainda conforme o Governo Federal, de 20% a 50% dos pacientes que desenvolvem a doença podem morrer. “Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata”.