DepartamentosDestaquesNotíciasSaúde

MG É O ESTADO COM MAIS INTERNAÇÕES POR CÂNCER DE PRÓSTATA

A taxa de internações por câncer de próstata em Minas Gerais é a maior entre os estados brasileiros. No Estado, a cada 100 mil homens, 62,7 são internados em decorrência da doença. Para se ter uma ideia, no Brasil, a taxa é de 36,5 a cada 100 mil. Os dados são do Observatório de Atenção Primária da Umane, uma associação civil sem fins lucrativos, com base no último Painel de Oncologia do Datasus.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, estimam-se 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025. Essa é a neoplasia que mais incide sobre os homens, excetuando-se o câncer de pele não-melanoma.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia Seccional Minas Gerais, Bernardo Pace, um fator muito importante no câncer de próstata é a detecção precoce, principalmente quando não há qualquer sintoma perceptível. O problema é que muitos pacientes procuram um médico quando já estão com sintomas como problemas para urinar, dor na bexiga, entre outros. “Quando os pacientes procuram porque estão sentindo alguma coisa, muitas vezes, já é tarde e já não tem mais como a gente curar, só podemos tratar”, alerta.

“O câncer de próstata dá metástase primariamente para ossos, como os ossos da coluna e os ossos da bacia. Então, em muitos casos, quando o paciente procura a gente, ele já passou, às vezes, no ortopedista, já passou em algum outro médico, algum outro especialista por conta dessa dor óssea. E se é câncer, aí é tarde! Aí já quer dizer que o tumor dele já está metastático”, exemplifica.

O médico lembra que o câncer de próstata tem uma taxa alta de cura e apresenta boas chances, principalmente quando o diagnóstico é feito a tempo. “Não podemos esperar o paciente ter sintomas para procurar um médico. Essas consultas de detecção precoce devem ser feitas a partir dos 45 anos. E, dependendo do caso, quem tem uma história familiar ou alguma alteração no DNA, hoje em dia, até mais precoce, com 40 anos de idade”, diz.

E esse rastreamento para detecção precoce do câncer de próstata é feito com o exame de sangue PSA (que detecta os níveis de PSA no sangue, que podem indicar problemas na próstata) e o toque retal (quando o médico pode sentir possíveis alterações). Geralmente, o médico solicita os dois. “Eles não se excluem, eles se complementam”, frisa Pace. Segundo o especialista, a frequência ideal é fazer o exame anualmente.

Tratamento

Quando diagnosticado, o principal tratamento para a neoplasia é a cirurgia. “Se houver um risco de algum tumor residual, conforme lesão mais agressiva, você pode complementar com a radioterapia associada à hormonioterapia”, explica o especialista. “E a segunda forma é a radioterapia, que tem bons resultados, mas a longo prazo são inferiores à cirurgia. Em alguns casos, você pode associar, por exemplo, a rádio com hormônio.

Prevenção

O médico observa que, com as campanhas, como o Novembro Azul, e a conscientização da população, homens têm buscado cada vez rastrear a doença. A mentalidade de tabu, segundo o médico, está mudando. “Essas campanhas de conscientização no Brasil hoje já extrapolaram a questão da Sociedade Brasileira de Urologia e a divulgação da imprensa. Hoje as empresas, por exemplo, já fazem isso junto aos seus funcionários, estimulando essa busca para detecção precoce, para detecção em um momento que o câncer de próstata ainda é factível de cura”, comenta.

Além da conscientização sobre os exames, o médico lembra que há muitos fatores de risco para o câncer de próstata, como uma dieta rica em gordura, uso de cigarro e obesidade. “Uma dieta balanceada, com legumes, verduras, antioxidantes, atividade física. Isso é muito importante. Então, hábitos de vida saudáveis são importantes para tentar minimizar o risco do câncer de próstata”, finaliza.