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MINAS GERAIS TERÁ FÁBRICA DE CARROS ELÉTRICOS ATÉ 2023

Minas Gerais está participando da Conferência da ONU para Mudanças Climáticas (COP26) desde o primeiro dia, quando a secretária de Meio Ambiente de Minas, Marília Mello, chegou a Escócia para os debates com líderes do mundo inteiro..

Para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e tentar conter o aumento do aquecimento global é fundamental diminuir o desmatamento, tornar a agropecuária mais sustentável, investir em energia limpa e reduzir os poluentes emitidos pelos veículos. No Brasil, Minas Gerais tem posição de destaque: é o Estado com maior potencial de energia solar do país e deve ter a instalação de uma indústria de carros elétricos a partir de 2023.

Com financiamento do governo britânico, Minas vai atualizar o inventário de emissões de gases de efeito estufa e o plano de mudanças climáticas, segundo a secretária de Meio Ambiente do Estado, Marília Melo. “A partir da assinatura de um memorando de entendimento com o governo britânico nós dobramos já algumas ações. Minas Gerais foi o primeiro Estado da América Latina e Caribe a aderir a campanha ‘Race to Zero’, que foi assinado pelo governador junto com o presidente da Fiemg e o presidente da Federação da Agricultura, mostrando esse compromisso de vanguarda do setor produtivo de Minas com a neutralização até 2050. É uma campanha que estabelece um compromisso da neutralização entre emissão e captura até 2050.”

A secretária explica o interesse do governo britânico em Minas Gerais. “Minas Gerais é o maior remanescente de Mata Atlântica do Brasil, nós temos o Cerrado, que é a nascente dos principais rios de integração nacional, então Minas Gerais tem uma importância muito grande do ponto de vista ambiental para o país. A liderança do governador [Romeu Zema] em assumir esse compromisso foi um ponto que o governo britânico entendeu como importante dar esse apoio para que essa agenda acelere.”

Marília detalha quais são os principais emissores de gás atualmente em Minas. “O nosso inventário é de 2014, nós temos dois setores que são setores chave para este trabalho, primeiro é a agricultura, que responde por 32% da emissão, e o segundo é a energia, que responde por 31% das emissões. São dois setores prioritários para atuação. No caso da agricultura a gente vai trabalhar fortemente na implementação do programa de regularização ambiental para chegar a essa meta de 3.7 milhões de hectares restaurados, temos também potencial de trabalhar a partir da adesão do Brasil no acordo para reduzir a emissão de metano através do nosso rebanho. No caso da energia a gente já tem um caminho construído em energia solar, hoje nós temos o maior potencial instalado no Brasil.”

A secretária explica como o metano afeta o meio ambiente e como a emissão pode ser reduzida. “O metano gera muito mais impacto na mudança do clima do que o gás carbônico, por isso ele é muito importante. Existem várias linhas de ação possível, a questão da alimentação, o desenvolvimento de uma alimentação que diminua esse processamento entérico do boi. Uma outra questão que também tem sido muito discutida é a redução da idade de abate, então se você abate o boi mais cedo você diminui o tempo de emissão. Outro ponto que equilibra entre emissão e captura é a integração da floresta, lavoura e pecuária onde você equilibra as emissões com a captura dos gases de efeito estufa.”