MP INVESTIGA SE PREFEITURA DE CAPITÓLIO FOI NEGLIGENTE EM FISCALIZAÇÃO
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu inquérito nesta terça-feira (11) para apurar se a prefeitura de Capitólio, no Sul de Minas, foi negligente na fiscalização dos cânions do Lago de Furnas. Neste fim de semana, parte da rocha de um paredão caiu atingindo quatro lanchas e, no desastre, 10 pessoas morreram e aproximadamente 34 ficaram feridas.
O prefeito do município, Cristiano Silva (PP), já declarou ser ‘injustiça’ cobrar responsabilidade pela tragédia, e o governador Romeu Zema (Novo) classificou o caso como fatalidade. Mas o órgão estadual quer saber se a prefeitura foi omissa na inspeção dos cânions.
“O MPMG instaurou Inquérito Civil em virtude da tragédia em Capitólio, na região dos cânions, e apura a conduta do Município, especialmente quanto a obrigações de identificação, mapeamento e fiscalização de áreas de risco e manutenção da população informada sobre elas”, explicou o órgão.
A Polícia Civil também investiga o caso para determinar o que provocou a soltura da rocha. A Marinha também apura o desastre.
Investigação
Os prefeitos das três cidades da região do lago de Furnas devem ser ouvidos: Capitólio, Furnas e São José da Barra, nesta semana. A Polícia Civil está à procura de um geólogo para ajudar a investigar a causa do desmoronamento.
Da parte da Polícia Civil, cabe averiguar os possíveis responsáveis pelo deslizamento. Delegado à frente do caso, Marcos Pimenta diz que é precoce dar qualquer diagnóstico – se foi causa natural ou humana.
“Não é questão de buscar culpados, mas de averiguar. O que posso garantir é que vamos exaurir todas as possibilidades. Se houver fator humano, será indiciado”, acrescentou.
ANÁLISE DE RISCO
O prefeito de Capitólio admitiu, no domingo, que nunca houve estudo de análise de risco geológico no local onde ocorreu o desabamento do paredão de rocha. No sábado, cerca de duas horas antes do desabamento, a Defesa Civil de Minas Gerais havia emitido um alerta para chuvas intensas na região com possibilidade de “cabeça d’água”.
Via O Tempo