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NÚMERO DE JOVENS MORTOS PELA COVID MAIS QUE TRIPLICA EM MINAS

Se no ano passado os mineiros de até 60 anos correspondiam a 18,6% das vítimas do novo coronavírus, essa parcela saltou para 24,3% na segunda onda da doença. Mesmo com o início da vacinação dos idosos, as mortes por Covid-19 mais que triplicaram, de 1,4 para cinco por dia, entre os jovens de 20 a 40 anos, e de oito para 23 (196%) entre os adultos de 40 a 60 anos.

“As hipóteses para o aumento são relacionadas às variantes que estão circulando em quase todo o país. Há não só um número maior de pessoas mais jovens doentes, mas de óbitos. É uma tendência preocupante que estamos monitorando, daí a importância de uma vacinação mais rápida e completa”, argumenta Denise Pimenta, pesquisadora da Fiocruz Minas.

Ainda não há comprovação de que as novas variantes tenham maior potencial para afetar esse grupo, e outra teoria para esse aumento, apontada pela especialista em saúde pública da UFMG Waleska Caiaffa, é que a população mais nova tenha relaxado o isolamento social.

“Isso tem que ser estudado do ponto de vista antropológico, mas o que vemos é que os jovens, por sua própria característica de serem jovens, têm que socializar, se cansaram dessa situação de isolamento e começaram a buscar alternativas sociais que implicam interação e maior exposição ao risco”, diz, lembrando a alta de casos da doença após o Carnaval deste ano.

Outra hipótese defendida por Waleska e pelo presidente da Central dos Hospitais, associação que representa 543 instituições privadas do Estado, o médico Reginaldo Teófanes, é que muitos jovens chegam às unidades com a saúde já comprometida, por esperarem muito tempo em casa antes de procurarem assistência médica. “O vírus sabota, do ponto de vista clínico. A pessoa acha que está bem, mas, de fato, ela não está”, pontua Waleska Caiaffa.

‘Saudáveis’

Também chama atenção o maior percentual de vítimas que não apresentavam comorbidades prévias ao contágio pelo novo coronavírus. Pacientes sem histórico de doenças correspondiam a 16,5% dos falecidos no ano passado e, agora, são 22,8%, com um aumento de oito para 26 óbitos diários (219%) dentro deste grupo no Estado.

Via O Tempo