PAI É CONDENADO A 28 ANOS POR ESPANCAR O FILHO ATÉ A MORTE EM MG
O Tribunal do Júri da Primeira Presidência condenou, nesta segunda-feira (20 de maio), um homem de 30 anos por espancar o filho David Roger Alves da Silva, de 2, até a morte. O crime foi registrado no bairro Serra Verde, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, em 2017.
Durante o julgamento, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o pai da vítima negou as agressões e o homicídio. “Afirmou que os dois estavam dormindo na cama e ao acordar assustado, sem querer, deu uma cotovelada na barriga do menino que estava ao lado dele. Disse que correu com a criança para o chuveiro, já que ela não respondia aos chamados. Logo depois, levou o filho para o hospital”, detalhou o Fórum.
Ao ser questionado sobre as lesões no tórax e em outras partes do corpo da criança, o homem disse que elas eram resultado da tentativa dele em dar os primeiros socorros para reanimar o filho. Ainda durante o Júri, o homem chegou a afirmar que, atualmente, só dorme com o outro filho no colo e sentado, por precaução.
Quatro testemunhas, para além do réu, foram ouvidas durante o julgamento. O juiz Thiago Grazziane Gandra estipulou a pena em 28 anos, cinco meses e dez dias de prisão por homicídio duplamente qualificado. A decisão, por ser de 1ª instância, cabe recurso.
Relembre o crime
A morte do pequeno David Roger Alves da Silva aconteceu no dia 3 de julho de 2017, depois dele dar entrada no Hospital Risoleta Tolentino Neves. Na ocasião, o pai dele, então com 23 anos, alegou que o filho teria sofrido uma “crise asmática”. Entretanto, após a morte da vítima, os ferimentos apresentados pela criança levaram os médicos a desconfiarem da versão e acionarem a Polícia Militar (PM).
O laudo do IML concluiu que a causa da morte de David foi hemorragia interna em decorrência de traumatismo no abdômen, que indicavam para lesões causadas por uma pancada, chute ou socos no abdômen e no tórax.
“Não foi um acidente, primeiro pela gravidade dos ferimentos e pelo histórico de agressão, o garoto já tinha dado entrada na Unidade de Pronto Atendimento (Upa) Venda Nova, no final do ano passado, com traumatismo crânio cefálico. O pai disse que ele havia caído sozinho, mas o menino falou que o pai havia o empurrado no box do banheiro”, disse na época a delegada Fabíola Oliveira, responsável pelo indiciamento do homem.