PASSEIOS EM CAPITÓLIO TEM NOVOS PROTOCOLOS DE SEGURANÇA
Reabertos há dois meses, depois de uma interdição pela tragédia que vitimou dez pessoas em 8 de janeiro, quando uma rocha desabou e atingiu embarcações no Lago de Furnas, em Capitólio, os passeios nos cânions têm seguido novos protocolos de segurança.
Um decreto publicado pela prefeitura em março definiu a reabertura parcial com os passeios, um entre os mais procurados da região, com a avaliação geológica diária das rochas e o uso obrigatório de equipamentos de segurança, entre outras medidas.
A embarcação passa por algumas das principais atrações, como a Usina Hidrelétrica de Furnas e a cachoeira Lagoa Azul, onde o uso do colete salva-vidas e do capacete é opcional.
Nos trechos dos cânions, bem como para crianças de até 12 anos ou idosos em qualquer local do lago, torna-se obrigatório. Ali, desde a reabertura, a entrada de embarcações é controlada e ocorre com fluxo reduzido.
Nesses espaços, boias de demarcação amarelas delimitam o espaço onde as lanchas podem circular, a fim de que não haja qualquer risco para os viajantes e a tripulação.
“Todos os dias, a partir da manhã, a equipe de geólogos faz uma avaliação e libera para que tenha visitação. Se não for liberado, como quando está chovendo, o local é interditado”, diz Marco Antônio, proprietário de uma das empresas responsáveis por esses passeios, que também cita o uso dos equipamentos de segurança e o termo de anuência com orientações sobre as regras de visitação, assinado pelos passageiros.
Segundo Marco, o termo é também uma forma de gerar reflexão entre os visitantes de que cuidados são necessários para que a viagem seja feita com segurança, mantendo-os atentos com os protocolos a serem seguidos.
Marco relata que, desde o retorno das atividades, apesar do incidente, o movimento de turistas que procuram seu serviço está aumentando aos poucos, mas a expectativa é de melhora real nos últimos meses do ano.
Boias de demarcação indicam o limite de acesso para embarcações
“Tá até bom. Como estamos no inverno, não está aquele movimento muito forte, mas está voltando ao normal. Com o verão entrando, acreditamos que o movimento voltará ao normal novamente. Não é como no verão, que é a época de mais procura, mas já temos tido um bom movimento”, afirma.
Quase dois meses após aquele 8 de janeiro, a Polícia Civil apresentou o inquérito sobre o acidente, concluindo que se tratou de um desastre natural, ou seja, sem culpados. Marco Antônio observa da mesma maneira:
“Nunca tinha acontecido nada parecido antes. Não dava pra imaginar, foi um desastre”.
Para além dos protocolos previstos no decreto municipal, que possuem caráter temporário, a prefeitura planeja uma obra de contenção dos cinco pontos que possuem risco iminente de queda de rochas.
A previsão é que a construção das telas de aço ocorra até o ano que vem – enquanto isso, as medidas definidas no decreto continuam valendo.
“Ainda não temos como afirmar o que vamos fazer, mas vamos fazer a obra de contenção, e em seguida um novo estudo, um novo ordenamento dos cânions, então não podemos adiantar o que será feito, porque vai acontecer através do trabalho dos geólogos. Eles vão trazer essa segurança pra gente, porque é um trabalho técnico, profissional, qualificado, isso traz pra gente muita segurança no que estamos fazendo”, diz Lucas Arantes, secretário de turismo de Capitólio.
Segundo anunciou o prefeito Cristiano Gerardão, no fim de março, a intenção é contar com a parceria dos governos estadual e federal para executar a obra.