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PESQUISADOR CARMELITANO DESCOBRE NOVA ESPÉCIE DE PEIXE

O pesquisador Valter Azevedo  Santos, professor de  Metodologia Científica, do curso de Ciências Biológicas e Agronomia da Faculdade Eduvale de Avaré (SP), juntamente com colegas pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná; Unidad Ejecutora Lillo, Tucumán, na Argentina; Universidad Nacional Mayor de San Marcos, Lima, no Peru; e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estudaram e descobriram uma nova espécie de peixe, o Heptapterus carmelitanorum, que habita os rios brasileiros.
“A espécie apresenta formato das nadadeiras, boca, dentre outras características, diferente de outras espécies. Sabemos muito pouco sobre a biologia dessa espécie. O maior exemplar conhecido mede 14,4 centímetros de comprimento total”, explicou Valter Santos.

“Eu sou de Carmo do Rio Claro (Sudoeste de Minas). Nasci lá. Descobrimos a espécie durante coletas de peixes que eu estava fazendo juntamente com a minha esposa, Paula N. Coelho. Geralmente, quando capturamos peixes, especialmente na região de Carmo do Rio Claro, sabemos qual espécie pode ser. Mas os indivíduos que capturamos não eram parecidos com nenhuma espécie conhecida da ciência”, disse o cientista, que batizou o peixe recém-encontrado em homenagem aos carmelitanos.

Heptapterus carmelitanorum foi uma forma de homenagear a cidade e aos carmelitanos, inclusive aos que contribuíram bastante com o conhecimento científico na área de biológicas, como é o caso, por exemplo, do professor José Cândido de Mello Carvalho. Sou carmelitano, e, de certa forma, foi uma maneira de homenagearmos a minha família, que muito colaborou com a minha formação, e amigos”, justificou Valter.

O artigo da descoberta da nova espécie de peixe acaba de ser publicado na revista científica alemã “Zoosystematics and Evolution”, assinado por Gabriel de Carvalho Deprá e Axel M. Katz, brasileiros; Gastón Aguilera, da Argentina; e Dario R. Faustino-Fuster, do Peru. O trabalho foi realizado pelos pesquisadores em dois anos.

A espécie vem sendo estudada desde 2019. Os pesquisadores precisam de mais estudos para entender se ela é ameaçada de acordo com os critérios estabelecidos pela União Internacional para a Conservação da Natureza. “Conhecemos poucos exemplares. Mas o riacho onde ela ocorre, felizmente, é muito bem preservado”, diz Valter.
O professor explica que existem outras espécies não descritas para a região. “Encontrei algumas e estou trabalhando nelas. Outras já foram publicadas, caso de um bagre de Conceição da Aparecida e um cascudo do município de Capitólio.”