PRODUTORES TENTAM PROTEGER CAFÉ CONTRA GEADA
Produtores de café do Sul de Minas tentam proteger as lavouras de café para proteger as plantações contra as geadas. Eles utilizam um sistema para gerar uma espécie de neblina e evitar que a colheita do produto seja prejudicada. O temor é que uma geada, como a do ano passado, ocorra com a queda das temperaturas.
Os pesquisadores adaptaram a tecnologia utilizada contra a dengue. Com isso, é aplicada uma proteção nas plantações, especialmente as de café, que sofrem muito com as baixas temperaturas.
A máquina nebulizador foi criada por uma empresa do Rio de Janeiro para o uso de fumacê da dengue e fertilizantes. Um professor da Ufla identificou que a mesma máquina, movida a óleo diesel ou óleo vegetal, poderia gerar uma neblina que impede a transferência do calor, colocando uma espécie de cobertor nos pés de café.
“Colocar uma neblina em cima de uma lavoura de café é mais ou menos a mesma coisa que pegar uma nuvem e colocar em cima da lavoura. Então, ela forma um efeito protetor, um efeito guarda-chuva para que a energia que está sendo emitida durante a noite não vá para o espaço. Ou seja, ela prende aquela energia naquele local e não deixa a temperatura baixar mais do que ela já está baixando”, explicou Pedro Castro Neto, que é professor de agrometeorologia da Ufla.
Esse sistema faz com que a geada não atinja as lavouras com tanta força. A aplicação precisa ser feita na parte mais alta do terreno até preencher a baixada da propriedade e subir para os pés de café.
“Esse processo tem que começar quando a temperatura do ar, da parte mais baixa das lavouras, tiver mais ou menos em dois graus acima de zero, desta forma há como manter o nível energético adequado para que não exista nenhum dano às folhas do café”, completou o professor.
Queda na colheita
A estimativa para colheita de café em Minas Gerais caiu quase 20% devido a problemas climáticos enfrentados pelos produtores, como geada, seca e também excesso de chuva.
Segundo a Empresa de Assistência Rural de Minas Gerais (Emater), a expectativa inicial, neste ano, era de que fossem colhidos cerca de 33 milhões de sacas. A nova previsão é de uma safra de 26 milhões de sacas.