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SECRETÁRIO ESTADUAL DE SAÚDE FALA SOBRE CENÁRIO DA PANDEMIA NO ESTADO

O médico Fábio Baccheretti assumiu a condução da Secretaria de Estado da Saúde (SES) na segunda-feira (15/03), no momento mais crítico da pandemia em Minas Gerais, com mais de 1 milhão de casos da doença e 21,7 mil mortos pela COVID-19. As taxas de ocupação da terapia de intensiva estão acima de 90% em todas as regiões mineiras, superando os 100% em alguns municípios, onde há filas de espera por leitos tanto na rede privada como na rede pública hospitalar.
Em uma entrevista exclusiva ao jornal Estado de Minas, Baccheretti, que foi presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), traçou o cenário do pior momento da pandemia no Estado. O gestor afirmou que Minas tem garantidos medicamentos para intubação de pacientes na terapia intensiva para os próximos 20 dias, afastou que possa faltar oxigênio dos hospitais, mas destaca que a situação é crítica.
Afirmou que o colapso só deverá se dissipar se houver adesão da sociedade às medidas restritivas da Onda Roxa, ao uso de máscaras e aos cuidados de higiene. Também falou sobre a vacinação, afirmando que o envio de doses da vacina pelo Ministério da Saúde, tem ocorrido de forma mais regular nos últimos dias. A projeção é que em dois meses os resultados da vacinação sejam percebidos na melhora dos indicadores, principalmente nos que se refere às internações e à ocupação das unidades de terapia intensiva (UTI).
Veja parte da entrevista:
Qual a projeção da SES em relação à duração do colapso da rede hospitalar?

O cenário que estamos projetando para a pandemia é um cenário muito crítico. Estamos vivendo neste momento, pela primeira vez  desde todo o acometimento da doença, um cenário em que todas as regiões do Estado estão com níveis muito altos de ocupação de leitos e incidência da doença. Por isso, a gente teve que tomar a decisão da Onda Roxa e a gente espera que tenha sucesso na nova medida. Mas é um cenário muito crítico. Ainda teremos semanas com crescimentos de óbitos e, caso não haja uma redução no número de novos casos, esse momento pode se prolongar ainda mais.
Por quanto tempo teremos essa ocupação dos leitos acima de 100% na rede privada e em muitos hospitais da rede pública?
Em relação ao tempo previsto mais crítico da rede de saúde depende de como vão aparecer os indicadores. A Onda Roxa começou, na quarta-feira, obviamente, se a gente não tiver uma redução no número de infectados, e por consequência no número de ocupação, vamos prolongar esse momento mais difícil. Depende muito do que vai aparecer nos próximos dias em relação à pandemia. O que a gente pode dizer é que demora um pouco para a gente melhorar. Não é atoa que no Minas Consciente dura 15 dias que é o mínimo do tempo que a gente espera que haja redução na transmissão do vírus. A gente não pode saber ao certo, quanto tempo vamos ainda melhorar esse cenário. A expectativa de melhora consistente, que depende muito da evolução da vacina, é de cerca de dois meses. Daqui há dois meses a gente acredita que não vamos ter tantos pacientes graves ocupando CTIs, tempo do grupo vacinado agora, acima de 70 anos, e logo acima de 65 anos esteja imune a ponto que não ocupe os leitos de terapia intensiva.