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SÉRIE “TURMA DA MÔNICA” É GRAVADA EM POÇOS

A série “Turma da Mônica – Origens”, que estreia nesta quinta-feira (24) no Globoplay, teve como um dos principais desafios de produção a escolha de um elenco que representasse os clássicos personagens de forma autêntica.

São oito episódios alternando entre o passado e o presente. O enredo explora como cada personagem se tornou quem é e mostra como surgiu a amizade icônica. Um mistério que nunca havia sido revelado.

“Primeiro elencamos o que seriam as origens legais de contar: como eles se conheceram, a força da Mônica, os planos infalíveis do Cebolinha, a fome da Magali, a inteligência da Milena, o medo de água do Cascão. A gente foi atrás dessas coisas para contar em cena e dentro da dramaturgia da série, como essas coisas foram acontecendo e aparecendo e como cada um deles identificou isso no colega”, revelou Isabel Valiante, diretora-geral da série, em entrevista ao g1 .

Equilíbrio de tempos e perfis

Um dos desafios foi a narrativa de personagens em dois tempos narrativos: a infância e a fase adulta. Como os atores das outras produções não são crianças, houve a necessidade de passar o bastão para um elenco mais jovem.

“Testei mais de mil crianças. A gente teve esse desafio que foi muito grande, que é, depois de três projetos muito grandes, com um elenco bastante conhecido e amado pelo público, que é o elenco do live action, a gente teve que fazer essa substituição porque o elenco não é mais criança”, explicou a diretora.

Para contar a história de como os personagens se conheceram, ela acreditava que seria mais autêntico usar atores em torno de 7 anos – o que trouxe mais um desafio, já que muitos estavam apenas começando a ler.

“A gente fez um processo de trabalho de pré-produção, preparação e ensaio com eles, todos sem ler texto. […] Eles sabem a história toda em contação de história. E é impressionante, você pede para eles te contarem que eles sabem a história inteira, porque eles sabem os diálogos com que a gente contou, eles nunca leram o roteiro”, disse a diretora.

A produção conta com dois elencos principais em fase distintas de vida.

No grupo infantil, estão Giovanna Urbano (Mônica), Felipe Rosa (Cebolinha), Manu Colombo (Magali), Bernardo Faria (Cascão) e Sabrina Souza (Milena).

Já na fase sênior, os personagens são vividos por Louise Cardoso (Dona Mônica), Daniel Dantas (Sr. Cebola), Malu Valle (Dona Magali), Paulo Betti (Sr. Cascão) e Dhu Moraes (Dona Milena).

Isabel enfatizou que o processo foi muito diferente do comum, já que, ao dirigir adultos, os textos são lidos, ensaiados e ajustados. No caso das crianças, não havia um roteiro fechado; elas aprenderam a história de maneira mais intuitiva.

“Eu acho que o mais bonito e desafiador dessa história foi trabalhar com essas crianças desse jeito de contar a história, num processo de uma série que é um processo de muito trabalho intenso e muitas páginas por dia, um volume de trabalho muito grande”, ressaltou.

A ideia de incluir o elenco sênior – considerado a cereja do bolo – partiu de uma vontade coletiva, incluindo a do próprio criador, de mostrar a Turma da Mônica em uma nova fase da vida.

“Surgiu a ideia de ir atrás, de uma vontade meio de todo mundo, do próprio Seu Maurício, de retratar como está nos dias de hoje essa Turma da Mônica. O que é essa Turma da Mônica hoje? Quem são esses personagens com 70 anos?”, explicou a diretora.

Para ser surpresa, todas as gravações feitas pelo elenco que representa a fase adulta foram mantidas em sigilo. A participação foi revelada apenas no segundo semestre, com o início da divulgação da série.

Curiosidades sobre a figuração

Em ‘Origens‘, a figuração ajudou a dar vida aos personagens e ao Bairro do Limoeiro. O processo de seleção começou em outubro do ano passado, com uma base de dados já existente de outros projetos.

A figuração final contou com 130 pessoas, sendo 40 crianças, de Poços de Caldas ou cidades vizinhas, como Andradas e São João da Boa Vista.

As crianças escaladas para a figuração tinham entre 7 e 9 anos. Já os adultos variaram de 18 a 80 anos. Eles também selecionaram stand-ins (atores parecidos com o elenco) para cenas específicas.

Entre os selecionados para a figuração esteve Flávio Pereira, ator de 30 anos, morador de Andradas. A oportunidade de atuar na série veio por meio de Nando Gonçalves, que também é professor de teatro.

O ator já havia sido chamado para outros trabalhos, como Laços e Lições, mas só conseguiu participar dessa vez. Na série ‘Origens‘, ele participa inicialmente atuando como turista e, mais tarde, assumindo o papel de pipoqueiro.

“No segundo dia, acho que pelo bigode, me disseram que eu tinha cara de pipoqueiro, e desde então fiquei nesse papel. Sempre que o pipoqueiro aparece, me chamam”, contou rindo.

Poços de Caldas como Bairro do Limoeiro

Pela quarta vez, Poços de Caldas foi escolhida para ser o pano de fundo de produções audiovisuais da turma. ‘Laços’, ‘Lições’ e ‘A Série’ também foram gravadas no município, que é conhecido turisticamente pelas águas sulfurosas e a proximidade com o estado de São Paulo.

“A gente já escreveu essa temporada baseada em Poços de Caldas. A gente filmou tudo aqui. O Limoeiro é aqui”, contou Isabel Valiante.

Na produção de ‘Turma da Mônica – Origens’, prédios históricos como o Palace Casino e as Thermas Antonio Carlos, aos ambientes externos, como o Parque José Affonso Junqueira e a Serra de São Domingos foram cenários.

As pesquisas de roteiro começaram em agosto do ano passado. Para a produção, o charme arquitetônico de Poços de Caldas e as paisagens naturais do interior se encaixaram no universo lúdico da série e nostálgico dos gibis.

“É uma cidade muito clássica e a gente fala que aqui tem várias construções que Maurício de Sousa desenharia, principalmente a praça, o coreto, algumas construções de casa e escolas; aqui as locações são perfeitas”, disse a produtora Bianca Villar.

A produção da série contou com uma equipe de 150 profissionais atuando nos bastidores. Além da equipe fixa, as gravações mobilizaram mão-de-obra e prestação de serviços locais. As últimas cenas registradas na cidade foram gravadas no período noturno no alto da Serra de São Domingos.

Via G1 Sul de Minas