SERVIDORES MUNICIPAIS DE POÇOS ENTRAM EM GREVE
Parte dos servidores municipais de Poços de Caldas entraram em greve, nesta quarta-feira (5). A paralisação sem tempo definido foi decidida em assembleia realizada em 27 de fevereiro. A decisão foi tomada após reunião entre o Sindicato dos Servidores Públicos de Poços de Caldas (Sindserv) e a administração sobre o reajuste salarial e do vale-alimentação.
Segundo o sindicato, os servidores pleiteam um reajuste salarial de 11,8% e aumento no vale-alimentação de R$ 700 para R$ 1.000, mas a primeira proposta da administração foi de aumento de 4,56% no salário e R$ 731 de vale-alimentação.
Com a rejeição da proposta, a prefeitura atualizou os reajustes para 5% no salário e R$ 770 de vale-alimentação, mas segundo o Sindserv, a administração municipal queria revogar algumas cláusulas do Acordo Coletivo que estão vigentes há vários anos e, a assembleia rejeitou a proposta e optou pelo início da greve.
Poços de Caldas tem 6.272 servidores. O sindicato ainda não tem contabilizado quantos já aderiram ao movimento, mas informou que cerca de 40 unidades – entre escolas, creches e postos de saúde – tiveram alguma alteração nos atendimentos.
Algumas creches estão atendendo em horário reduzido e algumas unidades de saúde estão com o quadro de funcionários desfalcados.
A Prefeitura de Poços de Caldas disse que irá se manifestar sobre a greve apenas após reunião interna que será realizada nesta quarta-feira.
Em nota publicada após a assembleia dos servidores, em 27 de fevereiro, a prefeitura alegou que, apesar de haver um cronograma inicial prevendo três encontros para negociação, após a primeira reunião, o sindicato convocou uma assembleia com indicativo de greve.
No mesmo dia, ocorreu a segunda reunião de negociação, quando a prefeitura apresentou sua contraproposta, incluindo, além dos reajustes salariais e de benefícios, melhorias em cláusulas sociais, como o aumento da licença-paternidade e do período de amamentação para servidoras mães, mas antes de uma nova negociação, o sindicato apresentou à categoria a proposta de greve, debatida na porta do Centro Administrativo.
A Prefeitura disse ainda que está impossibilitada de atender às demandas do sindicato devido ao limite prudencial de gastos com pessoal, já atingido pelo Município e notificado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Caso o limite legal seja ultrapassado, o Município estaria sujeito às sanções do Artigo 167-A da Constituição Federal, que proíbe reajustes salariais, novas contratações e programas de recuperação fiscal.