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SUL DE MINAS É A REGIÃO MAIS ATINGIDA PELA COVID NO ESTADO

Apesar da melhora,  nas últimas semanas , dos indicadores epidemiológicos em Minas Gerais, o Sul do Estado continua sendo a região mais atingida pela pandemia. Um estudo realizado pela Universidade de Alfenas (Unifal-MG) aponta que o nível de contágio na região é 60% maior do que o observado no restante do Estado. De acordo com o epidemiologista e coordenador da pesquisa, Sinézio Inácio da Silva, a taxa de mortalidade na região também é 30% superior se comparada com os demais municípios. Atualmente, a média novos casos por semana é de 1.442. Por dia, são 90 internações e 38 mortes.

“A proximidade com São Paulo pode ter contribuído no ritmo de contágio e até facilitado no surgimento de variantes no Estado. Lá você tem a circulação de cepas mais contagiosas, que podem acabar surgindo aqui e potencializando a transmissão. Com os feriados e as reuniões familiares, o Sul acaba inevitavelmente recebendo muitos turistas”, explica o pesquisador, que aponta o feriado de Corpus Christi e o efeito do Dia dos Namorados como um dos principais fatores para o aumento nos índices na região no último mês.

Inclusive, segundo o epidemiologista, as cidades de Extrema e Camanducaia são as mais preocupantes no Sul do Estado. Os locais costumam ser bastante procurados por turistas que querem aliar o clima frio e romântico desta época do ano, a exemplo de Monte Verde. “O Sul de Minas teve, historicamente, os piores índices de isolamento social durante a pandemia. Até quando isso era medido, no início do ano, a taxa de isolamento era de 30%. Essa questão de uma cidade estar em uma onda e outra cidade próxima estar mais flexível, faz com que as pessoas vão procurar os locais onde tem mais coisas abertas”, aponta.

De acordo com Silva, a alta incidência de casos nos municípios pode estar ligada também à possível presença da variante P.4, uma das últimas identificadas no país. A mutação, encontrada no interior de São Paulo no fim de maio, é derivada da mesma linhagem da cepa Gama, originada em Manaus.

Queda

Apesar do cenário preocupante, a tendência é que a situação pelo menos se estabilize no Sul do Estado nas próximas semanas, segundo Silva. “O número de internações por Covid-19 e novos casos estão caindo e o número de mortes saiu da tendência de crescimento para estabilidade. Embora esteja lenta, a vacinação começou a fazer efeito”, explica o pesquisador, que ressalta a importância da região não avançar nas medidas restritivas do Minas Consciente à medida que os indicadores melhorem.

“O grande equívoco será se os indicadores começarem a melhorar e houver relaxamento e progressão nas ondas de restrição”, completa.

Via O Tempo