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“TARADO DO WHATSAPP” É PRESO EM MG PELA POLÍCIA CIVIL

A Polícia Civil pôs fim a um tormento provocado por um homem que ligava aleatoriamente para as vítimas a fim de satisfazer suas necessidades sexuais. O “tarado do WhatsApp” foi preso na última quarta-feira, em casa, no município de Ribeirão de Ribeirão das Neves, na Grande BH, e foi detido em flagrante pelo crime de importunação sexual.

Segundo as investigações, esse homem, de 36 anos, trabalhava como entregador de comida por aplicativo. De forma aleatória, ele adicionava números na agenda do WhatsApp e fazia chamadas de vídeo enquanto se masturbava. O alvo eram sempre mulheres adultas, mas há registros de que ele tenha cometido o crime com homens e até crianças. Cerca de 50 pessoas foram importunadas pelo suspeito, mas a polícia suspeita que esse número pode ser ainda maior.

“Nós, até o momento, conseguimos concluir que foram quatro crianças, uma delas a família já prestou esclarecimentos, foram muito pró ativos e assim que aconteceu eles já entraram em contato. O caso com essa criança, especificamente, aconteceu no dia 17 e a família imediatamente procurou todas as delegacias possíveis e os pais já foram ouvidos. Mas nós acreditamos que outras três crianças também passaram por isso, tanto aqui na capital quanto no interior”, disse a delegada Fernanda Fiuza.

De acordo com ela, o suspeito era insistente, chegando a ligar mais de 80 vezes para a mesma pessoa no mesmo dia.

“A princípio ele falou que pegava o número dessas vítimas aleatoriamente e a partir disso ele fazia chamadas de vídeo no WhatsApp com essas vítimas. Ele fazia a chamada de vídeo e quando a pessoa atendia, ele já estava se masturbando. Se a pessoa rejeitasse, ele ligava outra vez, chegando ao limite de 80 vezes por dia dentro do mesmo horário. Enquanto ele não se satisfizesse com aquilo e chegasse ao final do ato sexual, ele não parava de importunar aquela vítima”, explica Fernanda.

Vítima ajudou na prisão

A prisão desse suspeito, efetuada na última quarta-feira (22), ocorreu graças ao serviço de investigação através do número usado por ele e também com a ajuda de uma das vítimas, que a pedido da Polícia Civil, foi sondando o homem até que ele cometesse um deslize.

Para o investigador Fernando Xavier, essa cooperação foi fundamental. “Nós tivemos a sorte que essa vítima, por ela ser mãe, ela imaginou que isso poderia estar acontecendo com a filha dela e com outras pessoas, e isso motivou ela a procurar a polícia e ajudar na prisão”, conta Xavier.

A vítima, uma mulher de 36 anos que não quis se identificar, conta como foi passar por essa situação.

“No dia 4 de dezembro eu comecei a receber ligações desse número, já em chamada de vídeo, e quando eu aceitei ele já estava se masturbando. Tentei identificar, perguntei quem era, mas ele só proferia palavras ofensivas e a pedir foto pelada. Eu comecei a rejeitar essas ligações e desde então ele não parou mais de me ligar”, relata a mulher, que ficou aliviada após a prisão do suspeito. “A gente fica alivíada porque foi tormento na minha vida e de muitas outras pessoas. Espero que ele pague por isso”, conclui.

Após ir à delegacia, ela foi orientada a cooperar com a polícia para ajudar na identificação do suspeito. Graças a um deslize cometido por ele, a polícia conseguiu encontrá-lo e efetuar a prisão, como explica a delegada Fernanda Fiuza.

“Nós chegamos através dele pelo número que ele utilizava e com as técnicas de investigação, a partir desse número, nós chegamos até ele. O que complicou um pouco a chegada da polícia é que esse número não estava registrado em nome dele, mas sim no nome de uma pessoa falecida, que tinha um vínculo com essa pessoa. No caso de uma das vítimas ele deixou passar batido uma parte do rosto, o que facilitou bastante na hora de chegar até ele”, finaliza.

O homem está preso e pode responder pelos crimes de importunação sexual para cada uma das ligações efetuadas. Em depoimento, ele confessou os crimes e alegou estar passando por transtornos mentais e precisava se satisfazer.

O próximo passo da investigação será a quebra do sigilo telefônico do suspeito, para que a Polícia Civil possa identificar ao certo quantas vítimas foram importunadas e se há outros crimes