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UFMG CRIA TESTE QUE DETECTA COVID PELA URINA DO PACIENTE

Pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) desenvolveram um teste inédito para detectar a Covid-19 utilizando a urina do paciente. O método, além de ser mais barato e menos invasivo – já que dispensa o exame de sangue e o PCR, em que um cotonete é inserido no nariz da pessoa -, também é mais simples. Conforme os cientistas, a coleta do líquido pode ser realizada em qualquer período do dia.

A tecnologia criada em solo mineiro é pioneira e baseada no processo Elisa, sigla, em inglês, para ensaio de imunoabsorção por ligação enzimática. “Não há nenhum teste disponível no mercado usando urina dos pacientes, bem como não encontramos nenhum relato na literatura que pudesse indicar o uso da urina para a pesquisa por anticorpos específicos ao vírus causador da covid-19”, ressalta Fernanda Ludolf Ribeiro de Melo, integrante do grupo de pesquisa.

Ela explica que a existência de anticorpos na urina de pacientes foi pouco estudada, motivo provável pelo qual as pesquisas para diagnóstico da Covid até então não tenham optado pelo uso dessa amostra biológica. “Poucas pessoas acreditam que tenham [anticorpos na urina], mas há relatos para outras doenças. E foi a partir daí que concebi esta ideia”, conta.

Eficácia

Os pesquisadores garantem que o método é eficaz e atende a todos as exigências do Ministério da Saúde e da Anvisa. “Muitas pessoas não aceitam puncionar seu sangue por vários motivos, como físicos, psicológicos ou religiosos. Sendo menos invasivo, o teste poderia ser feito em toda a população, o que seria importante para os estudos epidemiológicos e as ações das autoridades governamentais”, sugere Ludolf.

Uma outra vantagem do exame realizado com urina é que é possível analisar diversas amostras de pacientes em poucas horas. “Por ser um material que pode ser expelido naturalmente por todos, [a urina] ainda elimina a necessidade de um flebotomista, de agulhas e seringas, barateando o processo!”, complementa a pesquisadora.

Apoio

A patente da inovação foi depositada pela Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) no final de abril. Agora, para sair dos laboratórios da UFMG e ser adotado em outros locais, o grupo realiza contato com interessados, especialmente, com laboratórios de diagnóstico, para ofertar a tecnologia à sociedade.

“Esperamos que chegue ao mercado o quanto antes para que a população possa se beneficiar desse método em um momento em que testes diagnósticos têm sido muito importantes para nortear as ações pessoais e governamentais”, afirma Ludolf.

Via O Tempo