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VACINA DA UFMG PODERÁ SER USADA NO PLANO NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO

Em uma coletiva virtual, neste domingo (1º), o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, informou que a vacina Spintec, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) poderá ser usada em todo o país no Plano Nacional de Imunização.

Questionado se já teria conversado com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o imunizante ser usado como reforço de imunização da Covid-19 após aprovação da Anvisa, Pontes explicou quais serão as projeções.

“Nós temos um trabalho aqui no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações muito sincronizado e próximo com o Ministério da Saúde. O ministério aqui é uma caixa de ferramentas, nós trabalhamos com diversos ministérios diferentes. Converso muito com o Queiroga, certamente, essa vacina poderá ser utilizada dentro de uma ‘constelação’ de vacinas nacionais que vão surgir. Lembrando que, como o próprio Queiroga já falou, nós teremos vacinações anuais contra o Covid. E o fato de termos vacinas nacionais, elas vão poder ser utilizadas nessas vacinações. A ideia é que tenhamos a vacina participando do Plano Nacional de Imunização dentro do cronograma necessário”, explicou.

A coletiva contou com a participação do secretário de pesquisa e formação científica Marcelo Morales e, remotamente, da reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, e dos professores Santuza Teixeira e Flávio da Fonseca, membros da coordenação dos trabalhos da Spintec.

“A Spin foi desenvolvida em um protocolo de duas doses. Os testes conduzidos até o momento, foram dados em regime de duas doses com intervalos de, aproximadamente, 21 dias entre as doses. Obviamente, quando a gente passa no estudo clínico, temos uma outra situação que vai ter que ser contemplada, que é o fato da maior parte da população brasileira estará vacinada quando a nossa vacina estiver licenciada. Então ela funcionará como uma dose de reforço no processo semelhante que acontece com a vacina para a Influenza, que a gente toma anualmente. Vamos estudar para ver se, no contexto do paciente humano, será um ou duas doses”, detalhou Fonseca.

A pesquisadora Santuza respondeu, durante a coletiva, se as vacinas servem para as variantes. “É uma preocupação grande. O que a gente pode dizer até agora é que foram feitos testes com pelo menos uma das variantes nos ensaios pré-clínicos da vacina. E, com uma das variantes, teve um efeito muito positivo da Spintec semelhante ao efeito observado com a linhagem original do Coronavírus. É impossível a gente fazer essa previsão com muita garantia, mas a gente acredita sim que ela terá efeitos sobre as variantes”, finalizou.