ZÉ GERALDO FAZ SHOW HOJE NA IMPERIAL
O cantor Zé Geraldo é a atração principal da noite deste sábado (03), no Festival de Inverno Cachaça Coração de Minas, na Imperial, em Carmo do Rio Claro. O evento celebra os 24 anos da marca Coração de Minas e os 4 anos da loja Coração de Minas Store Steak.
Conheça um pouco da história do Zé Geraldo
Nascido em 1944, aos 18 anos vai para São Paulo, almejando ser jogador de futebol, mas sofre um acidente que o impede de seguir a carreira. Aprende tocar violão durante a recuperação. Canta em bailes da periferia com repertório romântico, sob o pseudônimo ZeGê. Lança três compactos e um LP pela gravadora Rozemblitt, ZeGê e The Silver Setas (1970). Na gravadora conhece o trio vocal carioca The Snacks. O contato com estes músicos o faz rever seu estilo musical.
Vence o Festival de Música da Ericsson no Brasil (1978). Adota o atual nome artístico ao lançar o disco Terceiro Mundo (1979). Nos anos seguintes, lança Estradas (1980) e Zé Geraldo (1981). Seus primeiros sucessos são as canções Cidadão (1979), de Lúcio Barbosa, Como Diria Dylan (1980) e Senhorita (1981), de sua autoria. Participa do Festival MPB-Shell de 1980 com Rio Doce, oficializada hino da cidade de Governador Valadares em 2007. Em 1981, defende a canção Milho aos Pombos, no mesmo festival.
As canções São Sebastião do Rodeiro, que ele grava em 1981 em dueto com Zé Ramalho (1949), e Semente de Tudo (1984) integram as trilhas das novelas Paraíso (1982) e Livre para Voar (1984), exibidas pela Rede Globo. Lança o CD Acústico (1996) com os violonistas do Duofel e O Novo Amanhece (2000), com Renato Teixeira (1945). Em 2005, grava o DVD ao vivo Um Pé no Mato – Um Pé no Rock (2006).
Em 2008, lança seu 16º álbum, Catadô de Bromélias, que entre as faixas inéditas traz Na Barra do seu Vestido, parceria com Zeca Baleiro (1966), As Canções do Embornal, com Tavares Dias e Última Reza, de Nô Stopa (1978), sua filha.
A obra de Zé Geraldo funde o rock e a música caipira, estilo que foi definido pela mídia nos anos 1970 como “rock rural”. Exemplo importante é a música Casa no Campo (Tavito e Zé Rodrix, 1971), que é regravada por Elis Regina (1945-1982), popularizando o rock rural no eixo Rio-São Paulo e ganhando muitos adeptos. Ao longo desta década vários trabalhos são lançados nesta linha, como o primeiro álbum solo de Zé Ramalho (1978) e Romaria (1978), de Renato Teixeira.
Ao deixar o gênero romântico de seu primeiro disco, Zé Geraldo opta pela produção independente e por desenvolver este estilo, cuja estética comporta tanto a postura contestadora do rock como a simplicidade caipira. Aproxima-se ao folk rock, tendo como ídolo o compositor norte-americano Bob Dylan (1941). Caracterizado pela levada semelhante ao rock tocado com violão, o folk serve como forma de expressão de temas relacionados à vida no campo ou críticas ao mundo moderno industrializado. Outra importante influência é Raul Seixas (1945-1989), de quem ele grava Cachorro Urubu (parceria com Paulo Coelho, de 1974). Seguindo o lema que nomeia um de seus discos, “um pé no mato, um pé no rock”, Zé Geraldo concebe músicas que abordam questões políticas e sociais, tratando de como o sistema corrompe seus agentes, em canções como Terceiro Mundo (1971), Ditadores (Como Diria Raulzito, 1989) e Zé e José (1998). Aliada à base de guitarra do rock-balada, sua voz rouca caracteriza interpretações marcantes, como na canção Cidadão, regravada por Zé Ramalho, Sílvio Brito e Moraes Moreira (1947).
Nos anos 1980 o brock, gênero promovido por grupos paulistas, cariocas e brasilienses, toma a cena da música pop, mas o rock rural continua tendo seu nicho, e Zé Geraldo é um integrante representativo do gênero.