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AGRONEGÓCIO MINEIRO BATE RECORDE E MOVIMENTA R$ 150,8 BI

O agronegócio mineiro bateu recordes em 2020, e o Produto Interno Bruto (PIB) no setor alcançou seu maior valor nos últimos dez anos no Estado. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira(22) pela Fundação João Pinheiro (FJP), em 2020, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária, que apresenta uma estimativa da geração de renda no meio rural, ultrapassou a marca de R$ 150,8 bilhões, um avanço de 30,4% (em 2019, foram R$ 115,6 bi) contra uma alta de 3% na economia como um todo.
No total, toda a cadeia do agronegócio movimentou em 2020 R$ 35 bilhões a mais que em 2019. Esse resultado foi puxado principalmente pelo resultado do produto bruto, que leva em conta as commodities antes de passarem pela industrialização e onde são contabilizadas a maior parte do que é exportado. O Valor Adicionado Bruto (VAB) teve alta de 63,6% de 2019 para 2020, alcançando R$ 47,3 bilhões, um acréscimo de R$ 18 bilhões na comparação com o último ano.
E os bons resultados do setor não param por aí. O agronegócio representou 22,6% do PIB mineiro no último ano, um crescimento de 4,6 pontos percentuais na comparação com 2019. O bom resultado, segundo Raimundo de Sousa, um dos coordenadores de Contas Regionais da FJP, foi alavancado principalmente pelo aumento do preço das commodities, o que melhora os resultados principalmente de produtos para exportação, como café, carne e soja.
De acordo com Sousa, os resultados foram favorecidos ainda pela alta do dólar e pelo crescimento especialmente da China, principal mercado comprador do agronegócio mineiro. “A elevação dos preços dos produtos agrícolas em 2020 está muito ligada a oferta mundial menor de algumas culturas e a maior demanda de compradores como a China, que teve uma recuperação rápida da economia”, avaliou.
“Vale lembrar que já esperávamos um resultado favorável, com a ausência de eventos climáticos mais drásticos. Além disso, o último ano foi de alta do ciclo bianual de produtividade do café arábica”, acrescentou Sousa.
Segundo a FJP, a produção do café arábica subiu 38% em 2020. Já a soja teve acréscimo de 19,2%, e a cana-de-açúcar teve ganho de 7,4%. O milho, o feijão e a batata-inglesa subiram 2,5%, 3,3% e 5,4%, respectivamente.
As atividades que mais impulsionaram os resultados positivos foram as do núcleo do agronegócio: agricultura (65%), pecuária (35% a 65%) e produção florestal (5% a 20%)
Expectativas para os próximos anos são positivas
Apesar das incertezas em relação à evolução da pandemia do coronavírus e à vacina, para os próximos anos, as projeções para o setor são otimistas, na avaliação do subsecretário da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), João Albanez. “O cenário é muito favorável. Para 2021, vejo um horizonte espetacular. Acredito que a tendência é continuar assim por um longo período. Cada vez mais temos a tecnologia ao nosso favor, o empreendedorismo do produtor e cada vez mais jovens no setor”, pontuou Albanez.
Segundo ele, o Estado precisará investir na ampliação da linha férrea para dar conta da demanda, além de melhorar a infraestrutura. Um estudo realizado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), prevê aumento de 41% na produção agrícola brasileira até 2030. “Minas Gerais continuará em grande patamar.
Temos uma possibilidade enorme. O nosso setor além de assegurar o abastecimento ele também atende a segurança alimentar de outros países”, explicou.
Fonte: O Tempo