ENFERMAGEM PODE ENTRAR EM GREVE A PARTIR DE SEGUNDA
Profissionais da enfermagem de Passos e região devem entrar em greve na próxima segunda-feira, 19. De acordo com o presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais (Seemg), Anderson Rodrigues, a paralisação pode ser de 24 horas ou por tempo indeterminado e a categoria em Passos deve fazer parte do movimento
“A princípio, não sabemos se será uma paralisação de 24h ou por tempo indeterminado, mas, pelo menos, já temos o dia determinado. A minha expectativa é que a paralisação tenha uma adesão muito boa”, disse.
Os trabalhadores reivindicam o pagamento do piso salarial da categoria, que prevê ao menos R$4,7 para enfermeiros, 70% desse valor para técnicos e 50% para auxiliares e parteiras. O piso foi suspenso pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 4 deste mês. da enfermagem
A suspensão do piso da enfermagem começou a ser julgada no STF na última sexta-feira e, até a segunda-feira, o placar estava 5 votos a 3 para que continuem suspensos os pagamentos do piso salarial até que sejam feitos cálculos sobre as maneiras de financiar a nova lei. A análise do processo segue até sexta, 16, caso não sejam feitos pedidos de mais tempo para análise.
Na semana passada, cerca de 400 profissionais da enfermagem da região realizaram uma manifestação no centro de Passos. O movimento teve início em frente ao prédio da prefeitura e seguiu pelas ruas Elvira Silveira Coimbra, Doutor João Bráulio em direção à Santa Casa do município, onde foi realizada uma assembleia sobre a paralisação.
No dia 8 deste mês, a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) convocou os sindicatos estaduais para realizarem assembleias para deliberação sobre o indicativo de paralisação de atividades da categoria no dia 19 de setembro.
“Com o edital publicado, os sindicatos já podem realizar assembleias com suas bases estaduais para definir se aderem ou não à paralisação do dia 19. No dia 09 de setembro diversos sindicatos estaduais fizeram atos pelo Brasil em defesa do piso. Este ato foi organizado pelo Fórum Nacional da Enfermagem, mostrou a capacidade de mobilização de seus trabalhadores. Seguiremos em luta até termos nosso direito ao piso salarial garantido”, informa a presidente da FNE, Shirley Morales.
Piso da enfermagem pode gerar despesas de R$9,4 bi por ano, diz CNM
BRASÍLIA – A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) estimou, em estudo publicado nesta segunda-feira, 12, que o piso da enfermagem, sem fonte de custeio definida, terá um custo extra anual de R$9,4 bilhões aos cofres municipais.
Decisão liminar tomada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada, suspendeu o pagamento do piso salarial da enfermagem, de R$ 4.750.
O julgamento no plenário virtual começou na última sexta-feira, 10, e está com 5 votos a 3 para que continuem suspensos os pagamentos do piso salarial até que sejam feitos cálculos sobre as maneiras de financiar a nova lei.
Segundo a entidade, para evitar o descontinuamento de outros programas sociais se o pagamento do piso for liberado pela Justiça, os prefeitos serão obrigados a demitir até um quarto dos 143,3 mil profissionais da enfermagem ligados à Estratégia de Saúde da Família (ESF). Como consequência, 35 milhões de brasileiros deixarão de ser assistidos.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, afirmou que reconhece a importância de valorizar esses profissionais, mas alerta para a inviabilidade no atual cenário e os efeitos da medida na prestação de serviços à população.
“Não há que se discutir a importância dos profissionais da saúde, especialmente pelo que vivemos no enfrentamento à pandemia. Porém, sem que seja aprovada uma fonte de custeio, conforme o Congresso havia se comprometido, veremos a descontinuidade de diversos programas sociais, o desligamento de profissionais e a população que mais necessita desassistida”, afirma Ziulkoski.
O estudo da CNM ainda estimou que o impacto do piso da enfermagem, somente na estratégia Saúde da Família, será superior a R$1,8 bilhão no primeiro ano e, para manter os atuais R$6,1 bilhões de despesas com os profissionais de enfermagem, os municípios terão que descredenciar 11.849 equipes, representando uma redução Piso da enfermagem pode gerar despesas extras R$ 9,4 bi por ano, dizem municípios de 23%.