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PARA 22%, SAÚDE É O PRINCIPAL PROBLEMA EM MINAS GERAIS

A saúde é o problema mais grave enfrentado pelo Estado de Minas Gerais. A avaliação é feita por 21,8% dos entrevistados pela pesquisa DATATEMPO entre os dias 23 de outubro e 21 de novembro. Em nove das 12 regiões de Minas, a saúde ou a falta de serviços dela foram apontadas como o principal gargalo, à frente de, por exemplo, desemprego, segurança pública, educação e economia.

As piores avaliações são dos moradores do Campo das Vertentes, do Rio Doce e do Triângulo e Alto Paranaíba, onde as referências à saúde como o principal problema estão, considerada a margem de erro, acima da média de 21,8%. No Campo das Vertentes e no Rio Doce, a insatisfação, que é de, respectivamente, 32% e 31,2%, chega a ultrapassar em dez pontos percentuais a média. Já no Triângulo e no Paranaíba, 26,2% consideram a saúde o mais urgente.

Conforme mostrou no último mês de novembro a série de reportagens de O TEMPO “Saúde nos tribunais: para que lado pende esta balança?”, a Justiça é acionada contra o Sistema Único de Saúde (SUS) a cada 20 minutos em Minas, o que já provocou custos de R$ 2,4 bilhões ao governo. Entre 2020 e 2023, a média diária de processos em saúde cresceu 64%. Se há três anos a média era de 44 por dia, neste ano, ao menos até 10 de outubro, ela foi 73.

A mesma série ainda apontou que a falta de acesso a um atendimento ou a um tratamento matou cerca de cinco vezes mais em Minas Gerais do que a pandemia de Covid-19, que teve como vítimas quase 66 mil pessoas em três anos e oito meses desde o primeiro óbito no Estado. Em dez anos, Minas teve aproximadamente 900 mil mortes classificadas como “evitáveis”, ou seja, perdas que não poderiam ocorrer.

Apenas no Norte de Minas, no Jequitinhonha e no Vale do Mucuri, a saúde ou a falta de serviços dela não são apontadas como o problema mais grave enfrentado pelo Estado. No Norte, por exemplo, 18,5% dos entrevistados consideram a saúde o mais urgente. No Jequitinhonha e no Mucuri, as classificações são de, respectivamente, 14,8% e 14,1%, menos da metade da avaliação do Campo das Vertentes e do Rio Doce.

O nível de confiança da pesquisa DATATEMPO é de 95% e a margem de erro é 1,41 ponto percentual para mais ou para menos. O instituto sondou 4.804 pessoas em entrevistas domiciliares nas 12 mesorregiões de Minas Gerais.

Desemprego é o segundo problema mais grave

Para os moradores do Norte, do Jequitinhonha e do Mucuri, o problema mais grave enfrentado por Minas é o desemprego ou a falta de emprego, que, com 15,9%, é considerado pelos entrevistados como o segundo tema mais urgente do Estado, onde a taxa de desemprego, conforme dados do IBGE correspondentes ao terceiro trimestre de 2023, é de 6%.

A insatisfação chega a 25,3% no Mucuri, 22% no Norte e 20,3% no Vale do Jequitinhonha, as três acima da média de Minas. O Vale do Mucuri é percentualmente a terceira região com o maior número de pessoas que não são economicamente ativas em Minas, com 29,9%. Em seguida, vem o Jequitinhonha na quarta colocação, com 28,6% de pessoas que não são economicamente ativas.

As únicas regiões onde as referências ao desemprego como o problema mais grave de Minas estão abaixo da média de 15,9% são o Noroeste e o Triângulo e o Alto Paranaíba. Enquanto a insatisfação é de apenas 10,2% para os entrevistados no Noroeste, no Triângulo e no Alto Paranaíba é de 10,8%. Ambas são onde a população tem menos medo de perder o emprego, com 67,8% e 60%, respectivamente.